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Ex-ministro da Economia do Papa Francisco cuidou das finanças da PUC-Rio em 2024

O padre Juan Antonio Guerrero, destacado pela papa Francisco para dar transparência às contas do Vaticano, depois desempenhou função semelhante na PUC-Rio

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 abr 2025, 17h28 - Publicado em 22 abr 2025, 17h21

O padre espanhol Juan Antonio Guerrero Alves, que entre 2019 e 2022 foi prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, cargo equivalente ao de ministro da Economia, atuou como assessor especial da reitoria da PUC-Rio em 2024. No Vaticano, o padre Guerrero recebeu do papa Francisco a missão de transparência às finanças da Santa Sé após uma série de escândalos de desvios e lavagem de dinheiro.

A função de prefeito da Secretaria de Economia foi criada pelo próprio papa Francisco em 2014, mas o primeiro a desempenhá-la, o cardeal George Pell, se viu envolvido em um processo por pedofilia na Australia e acabou substituído pelo jesuíta Guerrero, que também é economista. Este, por sua vez, renunciou em 2022 por motivo de saúde, ainda que a imprensa especializada, como o jornal La Croix, tenha apurado na época que entre as razões para a sua saída estariam resistências internas às mudanças na gestão financeira da Igreja, algumas relacionadas ao Banco do Vaticano.

Atribui-se a Guerrero uma série de medidas que centralizaram e deram mais transparência à administração de recursos da cúria. Em 2019, ano em que ele assumiu o cargo, por exemplo, o Banco do Vaticano passou a ter seus números verificados por uma auditoria independente. O padre espanhol também solucionou um imbróglio envolvendo a compra de um imóvel em Londres, anos antes, que deu quase 180 milhões de euros de prejuízo. O prédio foi vendido em 2022, pouco antes de sua saída do cargo.

“Quando ele me nomeou, ele me disse que sua maior preocupação era a corrupção. Quando eu assumi, a situação que eu encontrei não era nada positiva. Havia pouca visibilidade das contas, não tínhamos muito controle nem capacidade de controlar, que era o que o papa queria, que as contas estivessem transparentes e pudessem ser controladas. Nos anos seguintes, isso foi melhorando pouco a pouco”, contou Guerrero em uma entrevista a uma TV espanhola nesta segunda-feira, 21, depois da notícia da morte do papa Francisco.

No ano passado, o padre Anderson Pedroso, reitor da PUC-Rio, convidou Guerrero para ser seu assessor especial, com uma tarefa muito similar à que ele desempenhou no Vaticano: arrumar as contas da universidade, que era deficitária, e ajudar a dar transparência à nova gestão, conforme relatado em reportagem de VEJA NEGÓCIOS. Guerrero deixou o posto no final de 2024, considerando que as mudanças de gestão estavam bem encaminhadas, e atualmente auxilia a reitoria apenas à distância, quando se faz necessária uma consultoria mais técnica. Ele via o seu trabalho de assessoria na instituição brasileira como um cumprimento da agenda por transparência demandada pelo papa Francisco.

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