Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Expansão da indústria pode reforçar posição do Copom por juros mais altos

Expansão industrial deve entrar no conjunto de informações a ser analisado pelo Comitê de Política Monetária, reforçando ciclo de alta dos juros

Por Camila Pati Atualizado em 1 nov 2024, 16h05 - Publicado em 1 nov 2024, 12h16
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A economia brasileira está crescendo acima do esperado, e os dados da Pesquisa Industrial Mensal corroboram essa perspectiva. Segundo o IBGE, a produção industrial apresentou um crescimento de 1,1% em setembro na comparação com agosto, superando a expectativa de 1%.  No trimestre, a expansão da indústria foi de 1,6%.

    Segundo alguns dos economistas consultados por VEJA, a expansão industrial entra no conjunto de informações a serem analisadas pelo Comitê de Política Monetária, na decisão sobre juros na semana que vem, e pode reforçar o viés altista.

    Na análise do comportamento da produção industrial, o economista Jason Vieira, diretor da Moneyou, considera em linha com a sazonalidade esperada. Ele destaca o crescimento de 4,2% da produção de bens de capital, que são usados para fabricar outros produtos, e a queda de 2,7% na produção de bens de consumo, aqueles comprados diretamente pelo consumidor. “Ou seja, existe ali um impacto, de alguma maneira, em algumas indústrias que podem estar se preparando para o fim do ano”, diz.

    O dado, segundo ele, é mais um fator a ser levado em conta pelo Banco Central (BC)  na decisão do Comitê de Política Monetária sobre os juros na semana que vem. “Com esses indicadores, o BC agora tem mais um trabalho para pensar em relação à atividade econômica depois de um mercado de trabalho bastante forte. Já tem dado suficiente para manter o ciclo de alta”, diz.

    Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, vê um risco inflacionário nessa expansão da produção nos últimos 12 meses, da ordem de 2,6%. “É importante lembrar que a utilização da capacidade total da indústria aumentou significativamente no último ano. No entanto, os investimentos não acompanharam esse crescimento. Com o aumento da utilização da capacidade, a demanda tende a superar a oferta, o que pode pressionar a inflação”, explica.

    Continua após a publicidade

    O avanço de 1,6% no mês evidencia uma atividade econômica sólida, e Claudia Moreno, do C6 Bank, prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá considerar o recente resultado na sua próxima reunião. Ela destaca que, apesar da desaceleração, a economia brasileira continua resiliente e em expansão “O PIB está desacelerando em relação ao que estava crescendo ali no primeiro e segundo trimestre, que tiveram crescimentos fortes, mas ele está desacelerando, mas ainda está em expansão”, diz. A projeção do C6 Bank é de alta de 0,6% no PIB do trimestre.

    A recente revisão do  BC do hiato do produto para positivo indica que a economia está crescendo acima da sua capacidade de oferta, podendo gerar pressões inflacionárias, afirma a economista. “Quer dizer que a demanda está acima da capacidade de oferta do PIB. E, se isso continuar assim, isso pode gerar inflação.”

    O aquecimento do mercado de trabalho, com o recuo da taxa de desemprego para 6,4% no terceiro trimestre, 0,5% ponto abaixo na comparação com a taxa de abril a junho, é mais um fato de pressão na inflação. Isso porque eleva, sobretudo, a inflação nos serviços, setor sensível às variações de emprego, já que é intensivo em mão de obra.

    Continua após a publicidade

    “Isso também vai compor o agregado de dados que o Banco Central vai olhar, vai provavelmente ver atividade ainda resiliente, ainda em expansão, com um mercado de trabalho ainda bastante aquecido”, prevê Claudia. A projeção do C6 Bank é de alta de 0,50 ponto percentual na semana que vem. 

    Na análise de Marcos Moreira, da assessoria de investimentos WMS Capital,  a preocupação do BC se volta para a inflação de serviços, e o dado industrial, apesar de forte, vai exercer pouca influência na decisão do Copom, que, segundo as suas projeções, já seria dessa magnitude de 0,5 p.p. 

    “Nós continuamos com o cenário base de que o Banco Central brasileiro deve subir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, não apenas na reunião da próxima semana, mas também na reunião de dezembro”, diz.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.