Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Facebook restringe conteúdo jornalístico na Austrália em protesto a lei

Rede social entra na guerra para não pagar por conteúdo e restringe acesso de australianos a informações confiáveis

Por Josette Goulart Atualizado em 18 fev 2021, 16h11 - Publicado em 18 fev 2021, 11h18

O Facebook entrou numa guerra com o setor de mídia na Austrália, que pode resvalar em todo o mundo. Desde ontem, quarta-feira, 17, a rede social está restringindo o compartilhamento e a visualização de conteúdo jornalístico local e internacional. Isso significa que, a partir de agora, qualquer australiano que queira se informar por meio de fontes jornalísticas seguras e confiáveis sobre a pandemia, a vacina contra a Covid-19, o golpe em Mianmar, incêndios na Austrália, o caos climático no Texas, ou qualquer outro assunto local ou mundial, não pode contar mais com o Facebook. Em outra mão, qualquer cidadão do mundo que queria se informar sobre a Austrália também não pode mais contar com o Facebook.

A batalha travada pela rede de Mark Zuckerberg é com o parlamento australiano que está legislando sobre como o Facebook e o Google devem pagar para compartilhar o conteúdo produzido pelas empresas de jornalismo. É uma tentativa de salvar o setor de mídia, que perdeu receita nos últimos anos por conta da mudança da publicidade no mundo, que migrou para as redes sociais e para o Google. Segundo o Facebook, a decisão de restringir a circulação de notícias foi tomada “com dor no coração” porque os legisladores não entenderam o relacionamento da rede com o setor de mídia.

“A pesquisa do Google está inextricavelmente ligada às notícias e os editores não fornecem voluntariamente seu conteúdo. Por outro lado, os editores optam por postar notícias no Facebook, pois isso lhes permite vender mais assinaturas, aumentar seu público e aumentar a receita de publicidade”, disse o Facebook em comunicado. O Google chegou a ameaçar de interromper seu serviço de busca em todo o país, mas acabou chegando a um acordo com o setor.

O embate do Facebook com empresas de jornalismo não é de hoje e não se restringe à Austrália. Em 2018, o jornal Folha de S.Paulo decidiu parar de atualizar sua página na rede. A decisão na época foi tomada porque o Facebook alterou de uma hora para outra seu algoritmo, tirando visibilidade das páginas de notícias e privilegiando publicação de usuários individuais. O editor-executivo da Folha, Roberto Dias, diz que a audiência do veículo não sentiu falta do Facebook. “A série do Google Analytics mostra que, mesmo se descontarmos os grandes picos sazonais de audiência desde então (eleições de 2018 e início da pandemia), temos hoje 13% mais de visitas do que quando publicávamos em nossa página no Facebook. Nesses três anos, desde que saímos do Facebook, batemos todos os nossos recordes de audiência e aceleramos o crescimento de nossa base de assinantes digitais”. 

Mas o Facebook não está na batalha apenas com empresas de jornalismo. Recentemente, a empresa anunciou que vai começar a restringir conteúdo político nas redes e o processo deve começar pelo Brasil. Na última conferência de divulgação de resultados, Zuckerberg disse a analistas que o conteúdo político representa um percentual insignificante do que circula na sua rede e por isso acredita que haverá pouco impacto.

Em meio à disputa, o Google acabou fechando acordo com o grupo News Corp, do australiano Rupert Murdoch, dono de títulos como The Wall Street Journal e The Times.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.