A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou nesta segunda-feira, 3, os resultados da Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias. O estudo constatou um crescimento nominal de 12,8% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período em 2023. De acordo com o levantamento, a receita de abril a junho de 2024 aumentou de 54,253 bilhões de reais para 61,205 bilhões. No semestre, o faturamento cresceu ainda mais, 15,8%, passando de 105,107 bilhões para 121,766 bilhões de reais.
O bom desempenho do varejo e do setor de serviços no período favoreceu o franchising, que cresceu um pouco acima do setor varejista em geral. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse apresentou crescimento de 3% neste ano em relação a 2023 e aumento em 2,3% nos últimos quatro trimestres, impulsionado pela recuperação do consumo interno, turismo e tecnologia. Entre os segmentos de franquias, Saúde, Beleza e Bem-Estar, Alimentação – Food Service e Casa e Construção registraram os três melhores desempenhos, contando com 21,7%, 16,4% e 15,1% de crescimento, respectivamente.
Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, o crescimento nominal do setor de franquias reafirma a confiança no mercado brasileiro por parte das redes, além da capacidade de se adaptarem às novas demandas do mercado, como a digitalização e a oferta de serviços diversificados. “Isso também é um reflexo da recuperação econômica pós-pandemia e do aumento do consumo. O franchising é uma alternativa sólida para os empreendedores, oferecendo a eles modelos de negócios mais seguros, com treinamento, suporte e toda infraestrutura das empresas franqueadoras, o que é particularmente atrativo em tempos de volatilidade”, comenta.
A pesquisa da ABF ainda apontou que as enchentes históricas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul impactaram pontualmente o setor. A entidade estima que o impacto da tragédia no faturamento do setor no RS corresponda a um mês de faturamento da base instalada no estado. “As redes nos relataram que o impacto mais severo se deu no mês de maio, com sinais de recuperação se iniciando em junho. Até o momento, as marcas relataram que vêm conseguindo preservar suas operações, o que é muito importante para a manutenção dos empregos e o processo de recuperação no geral”, observa o presidente da entidade.
Ampliação dos empregos e das operações
O número de trabalhadores nas redes de franquias também cresceu no segundo trimestre deste ano. De acordo com o estudo, a mão de obra empregada pelo setor passou de 1,612 milhão para 1,674 milhão, o que representa uma alta de 3,85%. O volume de operações da área também aumentou, sendo um acréscimo de 4.273 operações de franchising no país, totalizando 193.151 operações. De acordo com a base pesquisada, foram abertas +4,3% mais franquias, encerradas -1,6%, com saldo positivo de +2,7%. Os repasses tiveram uma pequena alta, de 0,7% para 0,9%.
Em relação aos faturamentos nas diferentes regiões brasileiras, o Sudeste foi a única que registrou alta em relação a 2023, mesmo que pequena, de 1,25%. “As franquias continuam crescendo nas regiões com predomínio do agronegócio e, com o maior crescimento da economia do país como um todo, maior será também a expansão do franchising para cada vez mais longe”, opina Tom Moreira Leite.
Pelo segundo ano consecutivo, a ABF mensurou a força de trabalho das redes na Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising. A quantidade média de colaboradores das marcas (excluindo sócios), entre Lojas próprias e franqueadas, se manteve em 9, assim como nos Quiosques e Operações Móveis, 4, e nas Franquias Digitais, 3. Já nas operações Home Based, a média subiu de 3 para 4 colaboradores.
“Nossos indicadores revelam que o setor de franquias segue em desenvolvimento, mantendo, por exemplo, investimentos em inovação das redes e qualificação dos trabalhadores para sustentar esse ritmo de crescimento”, afirma o presidente da ABF. Para ele, é possível beneficiar os setores da economia brasileira como um todo, desde que haja a implementação de políticas públicas favoráveis. “O franchising, assim como os demais setores da economia, sente os efeitos da pressão inflacionária, da taxa básica de juros alta, mas segue resiliente e lutando para que o ambiente de negócios no Brasil melhore e favoreça o empreendedorismo”, conclui.