O FBI (Federal Bureau of Investigation) fez um alerta aos pais nesta segunda-feira sobre os riscos de privacidade e segurança dos brinquedos infantis conectados à internet.
Em um aviso publicado em seu site, o FBI disse que tais brinquedos podem conter peças ou recursos como microfones, câmeras, GPS, armazenamento de dados e reconhecimento de fala que podem divulgar informações pessoais.
Conversas normais com um brinquedo ou no ambiente circundante podem revelar o nome, a escola, gostos e atividades de uma criança, segundo o FBI.
“Acredito que esta é a primeira vez que o FBI emitiu esse tipo de aviso”, disse Tod Beardsley, diretor de pesquisa da empresa de segurança cibernética Rapid7, em uma entrevista por telefone. “Muitas pessoas tendem a confiar no FBI como uma organização governamental, por isso, definitivamente aumenta a consciência do risco associado aos brinquedos conectados à internet.”
Brinquedos inteligentes e dispositivos de entretenimento estão ganhando popularidade pela incorporação de tecnologias que aprendem e adaptam seus comportamentos com base nas interações do usuário.
Para o analista de segurança da Kaspersky Lab, Thiago Marques, um brinquedo com conectividade à internet pode ser um alvo fácil para um ataque hacker. “Um usuário comum não vai conseguir identificar que outra pessoa está controlando o dispositivo. A questão é mais motivação desse criminoso, como esses brinquedos não são tão populares e têm custos mais altos normalmente quem compra tem uma situação financeira melhor. Os criminosos podem coletar informações da família, como quanto tempo o pai fica dentro de casa ou que dias da semana ele não está”.
“Qualquer equipamento que possui câmera, GPS ou conectividade com internet tem uma grande possibilidade de ter falha de segurança. Diferentemente de computadores, tablets ou celulares, não é possível lançar uma atualização de segurança. Uma vez vulnerável, ele vai continuar vulnerável”, disse o especialista.
Em fevereiro, a Alemanha proibiu as vendas e a propriedade de uma boneca falante chamada Cayla feita pela empresa norte-americana Genesis Toys, citando risco de hackeamento associado ao brinquedo.
Esse não foi o primeiro caso que causou alvoroço nas redes sociais. Em 2013, um hacker invadiu a babá eletrônica de um bebê de dois anos e passou a gritar insultos à criança. Na época o caso foi noticiado pela emissora americana ABC News. Os pais da menina, Marc e Lauren Gilbert, moradores de Houston, no Texas, afirmaram ter ouvido uma voz “e sotaque britânico ou europeu” gritando ofensas e obscenidades pela câmera da empresa Foscam.
(Com Reuters)