O FBI, polícia federal americana, prendeu no último sábado o executivo da Volkswagen Oliver Schmidt sob acusação de conspiração para fraudar os Estados Unidos. As informações foram divulgadas pelo jornal The New York Times nesta segunda, que citou fontes próximas ao caso. Ele foi detido no Estado da Flórida e deve ser encaminhado à cidade de Detroit (no estado de Michigan) nesta segunda-feira.
Schmidt liderou a área de compliance – setor corporativo destinado a evitar que uma empresa faça algo ilegal – da Volkswagen nos Estados Unidos entre 2014 e 2015. Ele teve participação importante na tentativa que a empresa fez para convencer as autoridades americanas que o excesso de emissões de seus veículos a diesel não detectados nos testes eram falhas técnicas, em vez de uma tentativa deliberada de enganar as agências reguladoras. As suspeitas começaram após um estudo feito pela Universidade da Virgínia Ocidental, em 2014.
A Volkswagen admitiu em setembro de 2015 que 11 milhões de automóveis alteravam o funcionamento do motor sempre que detectavam estarem sendo testados, para gerar menos poluentes e serem aprovados. A fraude afetava inclusive veículos que foram vendidos no Brasil. Quando estavam nas ruas, os carros emitiam até quarenta vezes o limite do poluente óxido de nitrogênio.
Ainda segundo o NYT, Schmidt continuou a representar a empresa após a confissão pública do caso.
O engenheiro da Volkswagen James Liang foi o primeiro funcionário da empresa a ser condenado pelo caso, em setembro do ano passado. Ele se declarou culpado e foi sentenciado a cinco anos de prisão.
A empresa negocia com o governo federal americano um acordo de 2 bilhões de dólares (6,44 bilhões de reais) para encerrar as investigações criminais referentes ao caso. A Volskwagen já concordou em pagar cerca de 16 bilhões de dólares (51,56 bilhões de reais) para encerrar disputas judiciais com consumidores afetados pela fraude.