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Fed sinaliza melhoria de indicadores importantes para redução de estímulos

Jerome Powell indicou que o desemprego e a inflação se direcionam às metas, mas ainda não chegou a hora de frear as compras bilionárias de títulos públicos

Por Luisa Purchio Atualizado em 9 ago 2021, 23h36 - Publicado em 28 jul 2021, 16h22

Na tarde desta quarta-feira, 28, o comunicado do Federal Reserve Bank apontou avanços nas condições econômicas dos Estados Unidos, mostrando-se favoráveis para o início da discussão sobre a retirada dos estímulos econômicos. Ainda assim, os obstáculos para a plena recuperação persistem e mostram que alguns meses ainda são necessários para a redução do programa de compra de títulos, atualmente no ritmo de 120 bilhões de dólares mensais.

“O comunicado foi mais um passo em direção ao anúncio de que eventualmente o Fed vai começar a retirar os estímulos, mas ainda não é o momento. Estamos mais próximos de um eventual anúncio, mas ainda não chegou a hoje e isso deve ficar precificado para o início do ano que vem”, diz Victor Beyruti, analista da Guide Investimentos.

No comunicado, o Fed manteve a taxa de juros básica do país entre 0 e 0,25%, e enfatizou que a redução de estímulos será feita quando os Estados Unidos alcançarem o pleno emprego e uma inflação média acima de 2%. “Em qualquer caso, usaremos nossas ferramentas ao longo do tempo conforme apropriado para garantir que tenhamos uma inflação média de 2% ao longo do tempo”, disse Jerome Powell, presidente do Fed.

O objetivo é ver uma alta de preços ampla em vários setores da economia, e não apenas em fatores pontuais pressionados por exemplo pelo excesso de demanda. “É provável que a reabertura geral da economia se desenrole durante um certo período de tempo […]. Não vai acontecer rapidamente, mas […] não acho que vai demorar muito”, disse ele.

Sobre o desemprego, Powell afirmou que a criação de postos de trabalho vem sendo forte, com 850 mil vagas de trabalho criadas em julho nas áreas hospitalares e de lazer. Porém, a recuperação vem sendo prejudicada pelas restrições de oferta de suprimentos em algumas indústrias, principalmente de veículos automotores, na qual a escassez mundial de semicondutores reduziu drasticamente a produção.

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“A taxa de desemprego em junho foi de 5,9%, número que atenua a queda do emprego, principalmente porque a participação no mercado de trabalho não aumentou em relação às baixas taxas que prevaleceram na maior parte do ano passado”, disse Powell. “Fatores relacionados à pandemia, como necessidades de cuidados, temores contínuos do vírus e pagamentos de seguro-desemprego parecem estar pesando no crescimento do emprego. Esses fatores devem diminuir nos próximos meses, levando a fortes ganhos no emprego”, disse ele.

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