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Fed tranquiliza mercado sobre inflação e mantém taxa de juros nos EUA

Com o pleno emprego e a inflação abaixo da meta, o banco central americano manteve política monetária de estímulos, com juros entre 0% e 0,25%

Por Luisa Purchio Atualizado em 17 mar 2021, 18h35 - Publicado em 17 mar 2021, 16h42

Apesar de a economia americana estar apresentando sinais de recuperação, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a retomada de atividades em grande parte dos estados, o Federal Reserve manterá os incentivos monetários por um longo tempo. O FOMC, órgão americano semelhante ao Copom brasileiro, manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25% nesta quarta-feira, 3. O comitê reiterou a continuidade do programa de compras de ativos públicos e privados a um ritmo de 120 bilhões de dólares por mês – 80 bilhões em títulos públicos e 40 em títulos lastreados em hipotecas.

“Apesar das taxas muito baixas, não vimos crescer as coisas que realmente tendem a prejudicar a economia. Parte disso acontece porque você está em um ambiente de baixo custo, de taxa muito mais baixa. A conexão entre as taxas baixas e o tipo de problemas de instabilidade financeira não é tão forte quanto as pessoas pensam”, disse Powell. “Isso não quer dizer que o ignoramos, nós o observamos com muito cuidado”, disse ele.

A decisão foi vista com otimismo pelo mercado financeiro e as principais bolsas americanas dispararam após a divulgação. O S&P 500 e o índice Dow Jones, que estavam estáveis em compasso de espera pelo comunicado, subiram significativamente. O movimento reflete uma diminuição no receio dos investidores de que a inflação, que aumentava os juros dos títulos públicos americanos nas últimas semanas, poderia reverter os incentivos do Fed. “Ele voltou a bater na tecla de que as pressões inflacionárias que os EUA vão sentir ao longo deste ano é transitória, não é algo persistente e crônico”, diz Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos.

O nível de inflação no país, bem como de emprego, ainda estão bastante aquém das metas estipuladas pelo Fed. A meta anual de inflação é de na média 2% e a meta de emprego é se aproximar ao patamar pré-pandemia. Atualmente a inflação americana, de acordo com o último PCE, está em 1,4%, ou seja, para alcançar a média anual ainda tem um espaço grande para crescer. Além disso, quanto ao emprego,  em fevereiro houve uma retomada importante, com lazer e hotelaria recuperando cerca de dois terços dos postos de trabalho perdidos nos dois meses anteriores. Mesmo assim, o setor de serviços possuí um número de trabalho 3 milhões abaixo do nível anterior à Covid-19 e, em números gerais, o mercado está com 9,5 milhões de postos de trabalho desocupados em relação ao pré-pandemia.

PIB americano

Outro indicador importante divulgado pelo Fed diz respeito às projeções de crescimento do país em 2021. A projeção para o crescimento do PIB em 2021 foi revista em 2 pontos percentuais para cima em relação à última projeção, para 6,5%. Já para 2022, a projeção subiu 0,1 pontos percentuais, para 3,3%, enquanto para 2023 desceu 0,2 ponto percentual, para 2,2%.

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Para a cotação das moedas internacionais em relação ao dólar, a notícia é boa e no Brasil não é diferente. Enquanto o real continua desvalorizado pelas instabilidades políticas e econômicas domésticas, no mercado internacional a tendência é de o dólar ficar mais barato devido às injeções do Fed, o que ajuda a tirar a pressão sobre o real. Acompanhando as bolsas internacionais, o Ibovespa também subiu após o comunicado do Fed, ganhando quase  mil pontos com as perspectivas sobre a economia americana. Ainda nesta terça-feira, o Copom decide sobre a taxa de juros no Brasil. A expectativa do mercado é que o Banco Central deve aumentar a Selic.

 

 

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