Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderão acrescentar até 2,4% ao faturamento do comércio varejista nacional em 2017, de acordo com estimativa da FecomercioSP , considerando uma injeção total de estimados 45 bilhões de reais no varejo brasileiro.
A liberação dos recursos em contas inativas do FGTS foi anunciada pelo governo no fim do ano passado dentro de pacote de medidas microeconômicas para dar impulso à atividade após dois anos de profunda recessão.
O governo trabalhava inicialmente com expectativa de injeção de 30 bilhões de reais com os saques na economia. Mas na assinatura do decreto que estabeleceu o cronograma para as retiradas, em fevereiro, destacou que a medida contempla o universo de 49,6 milhões de contas, com saldo total de 43,6 bilhões de reais.
“Ainda que nem todo o dinheiro seja destinado para o consumo, o varejo pode se beneficiar no médio e longo prazos já que, se o consumidor optar por quitar dívidas ou aplicar, tais recursos entrarão no mercado financeiro elevando a capacidade bancária de conceder empréstimos”, informou a FecomercioSP.
A entidade também considera que os consumidores endividados ou inadimplentes poderão reequilibrar seu orçamento doméstico, limpar o nome e se tornar novamente elegível a novos crediários, em condições mais vantajosas.
Por estados, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) calcula que 14,7 bilhões de reais do montante previsto oriundo das contas inativas do FGTS serão injetados na economia paulista, com as vendas do setor em SP podendo crescer até 2,5% este ano.
Na sequência, entre os maiores destinatários dos recursos, estão Rio de Janeiro (5 bilhões de reais) e Minas Gerais (3,9 bilhões). Roraima, com 86,9 milhões de reais, Amapá (139,6 milhões) e Acre (116,6 milhões) receberão o menor montante de recursos do FGTS.
O cálculo considera que a premissa de distribuição dos recursos das contas inativas do FGTS acompanhe a participação de cada Estado no total de rendimentos e remunerações pagas no Brasil. No caso de São Paulo, segundo a FecomercioSP, a fatia é de 32,7% do total.
(Com agência Reuters)