Quase 40% dos 44 bilhões de reais sacados das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foram usadas no pagamento de dívidas. Segundo Sondagem do Consumidor, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, 37,7% usaram os recursos para esse fim.
O porcentual de beneficiários que aproveitaram o recurso para pagar contas foi ainda maior entre as pessoas com renda de até 2.100 reais (52,8%). O índice cai conforme o aumento da renda – entre os brasileiros com renda de 2.100 reais a 4.800 reais, 42,2% utilizaram o dinheiro para tal finalidade. Entre os que recebem de 4.800 reais a 9.600 reais, apenas 32,4% usaram os recursos para quitar dívidas.
A pesquisa foi realizada em duas fases e entrevistou 2.047 pessoas. Na primeira etapa, em março, apenas 9,6% declararam que usariam o dinheiro para consumir. Mas em julho esse número mais que dobrou: 27,8% dos brasileiros disseram que usariam esse recurso para consumir.
Apesar de não ser o principal destino do dinheiro das contas inativas, o aumento nesse índice pode ter influenciado o bom desempenho do PIB no 2º trimestre, segundo a FGV.
Ainda assim, mais brasileiros preferiram poupar a consumir. Entre os entrevistados, 30% declararam que iam deixar o dinheiro do FGTS na poupança. Apenas 11,2% das pessoas na menor faixa de renda afirmaram que poupariam.
Segundo a Caixa Econômica Federal, 25,9 milhões de trabalhadores sacaram os recursos do FGTS. O montante de 44 bilhões de reais representa, aproximadamente, 2,7% do PIB.