A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) voltou a cobrar que o Banco Central tome alguma atitude para reduzir o custo do juro bancário para a população. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira reduzir a Selic, em 0,25 ponto porcentual. Com isso, a taxa básica caiu de de 6,75% para 6,50% ao ano.
Foi a 12ª queda consecutiva desde outubro de 2016. O comitê também sinalizou que poderá fazer um novo corte na sua próxima reunião. A nova taxa é a menor desde o início do regime de metas de inflação, em 1999, e a mais baixa de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.
“O Brasil deixou de ser o campeão dos juros primários, mas isso não adianta muito para as empresas e as pessoas. Quem precisa de crédito continua a pagar juros absurdos”, diz em nota o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Ele cita a taxa de juros do cheque especial e do cartão de crédito e as compara com a poupança. ”No cheque especial, a taxa é de 323% ao ano, e no cartão de crédito, 334%. Isso cria dívidas impagáveis. Quem depositou dez anos atrás 100 na caderneta teria hoje 198,03 reais, enquanto uma dívida no cheque especial de 100 reais também contraída dez anos atrás representaria hoje 4.394.136,97. Mais de quatro milhões de reais!”
Skaf pede então que o BC tome uma atitude. “Ninguém aguenta mais o peso dos juros. O Banco Central tem que agir para derrubar as taxas e reduzir o custo do crédito no Brasil. Chega de engolir o sapo dos juros mais altos do mundo!”
O presidente do Bc, Ilan Goldfajn, disse a VEJA que não dá para reduzir o juro bancário na marra. Segundo ele, isso já foi tentado antes no país e não deu certo.