Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Filas do INSS: Justiça dá 90 dias para órgão zerar os pedidos atrasados

Liminar prevê multa de R$ 20 mil por dia se órgão não reforçar mão de obra; deve sair esta semana a MP da força tarefa para destravar 1,3 milhão de pedidos

Por Larissa Quintino Atualizado em 17 fev 2020, 17h16 - Publicado em 17 fev 2020, 16h59
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Justiça Federal no Rio de Janeiro deu um prazo de até 90 dias para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resolva um problema quase impossível: responder os pedidos de benefício no tempo que prevê a legislação para diminuir a fila de espera de aposentadorias, que beira, segundo números oficiais, 1,4 milhão de pedidos acumulados oficialmente. A liminar concedida pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) atende um pedido do Ministério Público Federal e prevê, em caso de descumprimento, uma multa de 20 mil reais por dia para a Previdência.

    A liminar estabelece que, além da análise de concessão dentro do prazo legal, de 45 dias, que o instituto disponibilize pessoal qualificado para atendimento físico dos segurados que não consigam ou saibam usar o sistema “Meu INSS”, que é a porta de entrada de pedidos da Previdência. Mesmo com a determinação, o INSS não deve conseguir colocar os pedidos no eixo já que o problema é estrutural. Como VEJA mostrou, as causas das filas crescentes são a falta de estrutura tecnológica — resultado de uma digitalização feita às pressas ainda em 2018 — e a falta de mão de obra, com a aposentadoria de sete mil servidores apenas no ano passado. 

    O sistema de agendamento, que antes era feito presencialmente nas agências e dividido por tipo de benefício, agora segue uma fila única, por ordem de entrada no sistema. Todos os atendimentos de entrada de benefício foram direcionados para o digital deixando as agências com menos servidores no atendimento. Já quem fica na retaguarda das análises precisa lidar com equipamentos precários para conseguir acessar os sistemas de análise para a concessão da aposentadoria.

    O nó das filas do INSS não vem de hoje, mas em janeiro o governo admitiu o problema, dizendo que os sistemas ainda não estavam preparados para a análise de benefícios pelas novas regras da reforma da Previdência, em vigor desde novembro. No entanto, há pedidos represados desde antes das mudanças previdenciárias. A solução dada foi a contratação de sete mil militares da reserva, que vão receber um bônus de 30% da sua remuneração, mais 1.500 servidores do INSS aposentados. Esses seriam remunerados por processo analisado. As contratações ainda não começaram pois dependem de uma Medida Provisória. O texto está na mão do presidente Jair Bolsonaro e a expectativa é que seja assinada ainda nesta semana. Questionado sobre a liminar, o INSS afirma que não foi notificado oficialmente, então não iria comentar sobre a decisão do tribunal federal.

    A crise no INSS mexeu com o primeiro e segundo escalão do governo em busca de uma solução. O então presidente do órgão, Renato Vieira, foi demitido em janeiro e substituído por Leonardo Rolim, que chefiava a Secretaria de Previdência. Houve também mudança nos ministérios, com o então ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, assumindo a chefia da Dataprev, empresa que cuida dos sistemas do INSS. No lugar de Canuto assumiu Rogério Marinho, ex-assessor especial da Previdência, que chefiava o INSS.

    Continua após a publicidade

    Espera

    Para quem está na fila de espera, caso o INSS conceda o benefício, o valor deverá ser pago pelo órgão de forma retroativa desde a data em que o segurado deu entrada no pedido — ou seja, desde o dia que protocolou o requerimento de aposentadoria no “Meu INSS”. No caso dos processos com atraso superior a 45 dias, a correção deve ser feita pela inflação. Esses benefícios atrasados precisam ser pagos de uma vez só ao segurado quando a aposentadoria foi concedida. O pagamento é depositado na conta em que o segurado receberá o benefício, não sendo necessário esperar lotes de Requisições de Pequeno Valor (RPVs) ou precatórios, que são pagos quando o segurado entra na Justiça contra o governo.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.