Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Financiamento de imóveis da Caixa pela inflação não aceita portabilidade

De acordo com o banco, nova modalidade só vale para clientes novos; não é possível levar contratos já vigentes, atrelados à TR, para o modelo IPCA

Por André Romani e Larissa Quintino
Atualizado em 27 ago 2019, 10h23 - Publicado em 27 ago 2019, 09h43

A novidade da Caixa Econômica Federal para o financiamento de imóveis, uma linha de crédito corrigida pela inflação, já está no mercado. O financiamento que promete juros mais baixos em comparação com outras linhas vigentes, no entanto, só vale para contratos novos. Com isso, o consumidor que já tem um crédito imobiliário vigente, seja pela própria Caixa ou por outro banco, não poderá fazer a portabilidade para o produto atrelado ao IPCA, informou o banco.

Segundo a instituição, a nova linha vale apenas para novos contratos, não sendo possível fazer a alteração dentro de contratos da própria instituição e que  “não está prevista a portabilidade de outras Instituições Financeiras para o produto IPCA.” Como a Caixa é a única instituição no momento a ter o financiamento pelo IPCA, não é possível procurar outros bancos para a linha de crédito corrigida pela inflação para alterar o financiamento atual, que é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais uma taxa de juros pré-definida.

Até o anúncio feito na terça-feira passada, a Caixa oferecia apenas modelos de financiamento com juros calculados pela TR — que é zero desde 2017— somada a um valor fixo de 8,5% a 9,75%. Agora, também será possível ter acesso a crédito indexado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, mais uma taxa fixa de 2,95% a 4,95%. Hoje, o IPCA está acumulado em 3,22%, resultado dos últimos 12 meses, tornando o financiamento mais barato. A modalidade, que passou a ser oferecida na segunda-feira 26 tem como requisitos o financiamento de até 80% do valor do imóvel e prazo de 30 anos para pagar a dívida.

Apesar da vantagem atual, com a inflação baixa, as parcelas mensais do modelo são reajustadas a cada mês, a partir do resultado da inflação, não sendo possível prever o valor. Caso haja uma disparada no índice de preços, como ocorreu em 2016, por exemplo, o valor das parcelas do financiamento vai subir.

Esse risco precisa ser bem calculado, pois, o cliente que optar pela linha IPCA da Caixa não poderá voltar para o modelo da TR dentro das linhas do próprio banco. Porém, no caso de quererem migrar do IPCA para a TR em outras instituições, não há nenhum impedimento, de acordo com o Banco Central. Segundo Marcelo Tapai, advogado especialista em direito imobiliário, “a instituição pode ou não aceitar a portabilidade dependendo da análise do cliente. No entanto, o banco antigo não pode negar“, afirma ele. 

Continua após a publicidade

Outros bancos

A nova modalidade de crédito, ainda exclusiva pela Caixa, está em estudo pelas outras instituições bancárias, afirmaram Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander a VEJA.

O Bradesco comunicou que deve operar com esta nova linha atrelada ao IPCA e está avaliando as condições para tal.

O Itaú Unibanco afirmou que apoia iniciativas que ajudem a fomentar o mercado de crédito imobiliário e que está discutindo e estudando “condições para avaliar qual caminho trará mais benefícios para os clientes.”  O Santander, que no final de julho anunciou redução na taxa de financiamento, informou que está avaliando criar uma nova linha com IPCA.

Continua após a publicidade

O também público Banco do Brasil informou que monitora constantemente os movimentos de mercado, e, até o momento, não há definição sobre criar uma linha com o IPCA como indexador. Além disso, a instituição anunciou, logo depois da divulgação da Caixa, novas taxas de juros imobiliários. O novo financiamento do BB utiliza a TR, mas tem taxas de juros pré-fixadas diferentes dependendo do tempo do contrato. Quanto menos tempo de financiamento, menor é a taxa.

Para Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa, o novo modelo de financiamento é positivo para os consumidores. “A primeira parcela reduz muito de valor e muito mais famílias terão acesso aos imóveis”, diz ele. Nigri, entretanto, chama atenção a um fator importante na hora de fazer um financiamento, o comprometimento da renda. No novo modelo da Caixa, é possível que o consumidor comprometa até 20% da sua renda mensal com parcelas de seu novo imóvel. Já o financiamento com a TR permite 30%.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.