FMI diz que incerteza eleitoral retarda recuperação da América Latina
O Fundo disse que o Brasil vai se recuperar neste ano e crescerá 2,3% com a retomada do consumo privado e do investimento
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta sexta-feira que a incerteza política antes das eleições em vários países latino-americanos, principalmente no Brasil e no México, pode retardar a recuperação da economia na região. O FMI também alertou que mudanças nas políticas protecionistas e um súbito aperto nas condições financeiras globais também podem afetar as perspectivas de crescimento para a América Latina e o Caribe de 2% para 2018, em comparação com 1,3% em 2017.
O Fundo disse que o Brasil vai se recuperar neste ano e crescerá 2,3% com a retomada do consumo privado e do investimento. “No entanto, um risco fundamental (no Brasil) é que a agenda política pode mudar após as eleições presidenciais de outubro, dando lugar a uma maior volatilidade no mercado e maior incerteza sobre as perspectivas de médio prazo”, informou o FMI em um relatório sobre as perspectivas na região.
O FMI afirmou que o México – onde espera que o crescimento da produção acelere para 2,3% este ano após os 2% de 2017 – se recuperará principalmente devido às suas exportações e maior crescimento de seu vizinho e mercado-chave, Estados Unidos.
Da mesma forma, o México se beneficiará de uma demanda interna mais forte “uma vez que diminua a incerteza sobre as negociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), as implicações potenciais da reforma tributária dos EUA e as eleições presidenciais no México em julho”.
O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador é considerado o favorito para vencer as eleições mexicanas, mas seu rival mais próximo, Ricardo Anaya encurtou a distância após um recente debate entre os cinco candidatos.