‘Focamos onde o Brasil se destaca’, diz presidente da Prumo Logística
Rogério Zampronha conta como atrair empresas num país em desindustrialização

A Prumo é controlada pelo fundo americano EIG e tem o Mubadala, dos Emirados Árabes, como acionista. Está difícil convencer os estrangeiros a investir no Brasil? Nunca é fácil, mas nossos acionistas são de longo prazo. Ainda atraímos investimento externo. É óbvio que, se o custo de capital fosse mais baixo no Brasil e não vivêssemos uma turbulência geopolítica importante, as oportunidades seriam melhores. Mas elas existem, apesar de tudo.
O Porto do Açu, operado pela Prumo, é um porto-indústria. O que é isso? Ele se baseia em clusters de produção que se beneficiam não só do porto, mas também da proximidade de consumidores ou de fornecedores. É o caso do Porto de Antuérpia, na Bélgica. Várias indústrias estão lá, como a de dutos flexíveis para petróleo.
Qual é a vantagem de operar um porto privado? Uma grande vantagem que temos é o fato de que não somos uma concessão. Um porto não se limita aos terminais. É necessária uma autoridade portuária que o mantenha em boas condições. No Açu, temos também esse papel. É uma grande vantagem, porque olhamos o negócio de um modo integrado ao administrar tanto os terminais quanto o porto.
Como atrair empresas para o Açu, se o país vive uma desindustrialização? É verdade, mas algumas indústrias são muito prósperas aqui. Um exemplo é a Ferroport, a empresa que criamos para gerir o terminal de minério do Açu. Focamos nos setores em que o Brasil se diferencia e que podem aproveitar ao máximo o ecossistema criado no Açu.
Publicado em VEJA, setembro de 2025, edição VEJA Negócios nº 18