“Fórmula inteligente”: Haddad diz que reforma da renda não vai onerar muito o empresário
Receita federal está fazendo simulações da fórmula para proposta de reforma do imposto de renda e a definição da alíquota de imposto mínimo para alta renda

O ministro Fernando Haddad disse em entrevista à CNN nesta sexta-feira , 17, que a fórmula que será utilizada na proposta de reforma do imposto de renda é inteligente porque vai considerar a a carga tributária efetiva de empresas e pessoas físicas, garantindo que operações lucrativas sejam devidamente tributadas. A reforma da renda, prevista para entrar na pauta do Congresso Nacional neste ano, prevê a isenção para pessoas que ganham até 5 mil reais no imposto de renda e busca compensar a perda de arrecadação a partir da cobrança de um imposto mínimo para pessoas de alta renda.
Segundo Haddad, enquanto trabalhadores assalariados têm impostos descontados diretamente na folha de pagamento, grandes investidores conseguem escapar da tributação. “Hoje, quem ganha salário não escolhe pagar ou não pagar imposto. Ele é deduzido na fonte. Isso não acontece com o grande investidor. Às vezes, a empresa não paga imposto e ele também não paga. Então, ele não paga nem no CNPJ nem no CPF”, explicou.
O governo identificou que menos de 0,1% da população brasileira se beneficia dessa lacuna, mas o impacto é significativo. A proposta, segundo o ministro, é garantir que todas as fontes de renda estejam sujeitas a uma alíquota mínima, considerando os tributos já pagos pelas empresas. “Eu acredito que é uma fórmula boa, porque nós estamos levando em consideração o que a empresa paga”.
O ministro disse que a metodologia passa por testes e por isso não pode adiantar qual a fórmula que seja aplicada na proposta do governo de reforma da renda. Segundo Haddad, ele e o presidente Lula identificaram algumas inconsistências na fórmula inicial e pediram que fosse feita uma revisão para correção do problema. “A Receita continua fazendo as simulações porque nós queremos entregar um projeto o mais redondo possível, que certamente vai ser objeto de debate no Congresso Nacional. Vai ser objeto de discussão. Isso vai valer se aprovar desse ano para 2026”, disse.
Assim como a reforma tributária, o objetivo do governo é tornar o sistema mais justo, segundo o ministro.” Não é possível que um brasileiro que estuda o tema, intelectualmente honesto, negue que nós temos que corrigir as distorções”, disse.