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Funcionários da Avianca anunciam nova greve para amanhã em SP e RJ

Segundo Sindicato Nacional dos Aeronautas, 33 voos devem ser cancelados entre sexta-feira e domingo; categoria reivindica pagamento de salários atrasados

Por Da redação
23 Maio 2019, 17h09
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  • Os funcionários da Avianca Brasil decidiram retomar greve, por tempo indeterminado. Após assembleia nesta quinta-feira, 23, em São Paulo, ficou decidido que a paralisação começa na sexta-feira, 24, nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Com isso, voos com destino ao aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, também serão afetados. 

    Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a greve deve atingir 13 voos programados para partir dos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro na sexta-feira. A paralisação deve seguir no fim de semana e afetar mais dez voos no sábado e dez no domingo.

    De acordo com o sindicato, a mobilização vai seguir a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determinou que ao menos 60% do efetivo continue a trabalhar, sob pena de multa diária de 100 mil reais em caso de descumprimento.

    Segundo nota divulgada pelos aeronautas, pilotos e comissários da Avianca estão há dois meses sem receber salários, diárias de alimentação e vale-alimentação. Depósitos de FGTS também não estão sendo feitos. O sindicato também argumenta que 900 funcionários foram demitidos na última semana e que não há previsão de que recebam as verbas rescisóras.

    Funcionários da Avianca cruzaram os braços na sexta-feira passada por causa dos atrasos de salários. Os funcionários alegavam também a questão da segurança de voo. A paralisação foi suspensa no domingo, sob o argumento que a Avianca estaria usando a greve como motivo para cancelar mais voos.

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    Procurada, a Avianca Brasil não se pronunciou até a publicação da matéria.

    Crise se agrava

    Desde que entrou em recuperação judicial, em dezembro do ano passado, a Avianca Brasil vem sofrendo seguidas derrotas. Com mais de 3 bilhões de reais em dívidas, a aérea está operando com apenas seis aeronaves. Outras 29 foram retomadas pela Justiça por causa de dívidas com credores. Um leilão por ativos da empresa seria realizado no último dia 7, mas foi suspenso pela Justiça de São Paulo a pedido da Swissport. A empresa, que é credora da Avianca, afirma que a venda de slots (espaços para pousos e decolagens) é ilegal.

    A Avianca recebeu uma proposta da Azul de 145 milhões de dólares (cerca de 580 milhões de reais), mas ainda não se manifestou sobre a oferta.

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    Na semana passada, a empresa foi suspensa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Segundo a associação, a empresa, que está em recuperação judicial desde dezembro, foi afastada por inadimplência. Com a sanção, a Avianca não faz mais parte de um sistema de vendas de passagens internacional, chamado Billing Settlement Plan (BSP).

    A plataforma opera em 180 países e atende mais de 370 companhias aéreas em todo o mundo. Com o sistema, é possível que aéreas vendam bilhetes em que trechos são operados por outras companhias. Só em 2017, o BSP movimentou cerca de 236 bilhões de dólares (aproximadamente de 950 bilhões de reais).

    (Com Estadão Conteúdo)

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