ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Galípolo: Todo mundo precisa ‘louvar e reconhecer’ a correção da rota sobre o IOF

Presidente do BC teceu comentários positivos sobre a atitude do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de voltar a atrás na decisão de aumento de imposto

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 Maio 2025, 15h28

A decisão do governo de voltar atrás após anunciar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é louvável porque mostra a capacidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de “ouvir a sociedade” e corrigir a rota, como é o seu papel. A declaração foi dada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na tarde desta sexta-feira, 23.

“Todo mundo aqui precisa louvar e reconhecer que Haddad, como bom democrata que é, em poucas horas suprimiu a decisão, mesmo antes de o mercado abrir”, afirmou ele, durante o seminário anual de política monetária da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Ele se propôs a ouvir a sociedade e corrigir a rota, e cabe a todos nós reconhecer a tempestividade e agilidade do ministro.”

O recuo parcial do governo em relação ao aumento do IOF é resultado da péssima recepção dos agentes da economia, já que o anúncio envolveu mais um aumento de impostos para sustentar a arrecadação e ajudar a fechar as contas do Estado.

As declarações de Galípolo vêm na esteira da sua posição contrária à elevação do imposto, decisão sobre a qual ele não foi avisado. No seminário, ele confirmou que tem “antipatia e resistência” à medida, diante do receio de criar expectativas junto aos agentes de mercado de que tudo pode acontecer de uma hora para outra no governo, mesmo que não esteja no radar – gerando ruídos e impactos para os preços dos ativos.

“Novamente, não está dentro do meu mandato definir a questão do IOF ou não, não é nenhum tipo de ingerência sobre o que a Fazenda queria fazer”, disse. “Está claro que o objetivo é fiscal, mas não gosto da ideia de utilizar a alíquota (para arrecadação).

Continua após a publicidade

Ainda sobre o tema, Galípolo afirmou que é normal que o governo esteja tentando buscar alternativas para perseguir a meta fiscal e que isso, no limite, pode levar a alguma medida que, “ao luz do sol, provoque algum mal estar” por não ser adequada, exigindo que ela seja revista ou suprimida.

“O tema fiscal vai envolver engajamento de toda a sociedade, e (a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone) Tebet e Haddad estão engajados em fazer isso se desenvolver”, afirmou.

O presidente também fez comentários a respeito da atuação do Banco Central nesse momento, destacando que as expectativas para a inflação estão “em processo de ancoragem”, com maior relevância de componentes domésticos na dinâmica inflacionária. Ele voltou a frisar que cautela e flexibilidade são os aspectos centrais da condução da política monetária, em um ambiente mais incerto e volátil.

“Eu diria que, em resumo, o que temos é cautela e flexibilidade na gestão da política monetária e que nosso papel nesse momento é comunicar como vamos reagir ao invés de dizer o que vamos fazer”, disse.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.