O preço médio da gasolina nas refinarias está nesta sexta-feira no maior nível desde a máxima de 2,0867 reais por litro registrada em 22 de maio, no início dos protestos de caminhoneiros que afetaram a economia do país como um todo. A cotação chegou a 2,0544 reais por litro, valor que será mantido nas refinarias também no sábado, 25, segundo informações no site da Petrobras.
Os reajustes fazem parte de uma sistemática adotada há pouco mais de um ano pela Petrobras, a qual busca se espelhar no mercado internacional e no câmbio, dentre outros fatores, para que a companhia siga alguma paridade externa e não perca “market share” no Brasil.
A escalada nos preços da gasolina se dá diante de uma disparada do dólar ante o real nas últimas semanas, bem como uma explosão, seguida de produção interrompida, na Replan, a principal refinaria da Petrobras, localizada em Paulínia (SP).
Na véspera, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) disse que a Replan, que tem capacidade para processar mais de 400.000 barris por dia, retomaria parcialmente as atividades nesta sexta-feira. Não havia informação de que isso já teria acontecido.
Procurada para comentar a alta da gasolina nas refinarias, a Petrobras não respondeu.
Em campanhas recentes, a companhia vinha destacando que o preço do combustível nas refinarias representava cerca de um terço do valor nas bombas, sobre o qual incidem tributos e é formado conforme estratégia de distribuidores e revendedores.
Além disso, a Petrobras frisa que não tem o poder de formação de preços da gasolina, que oscilam ao sabor de outras variáveis.
A política de reajustes da Petrobras esteve no cerne dos protestos de caminhoneiros, uma vez que o diesel, combustível mais consumido do país, atingiu patamares recorde pouco antes das manifestações.
Desde junho, o diesel está com seu valor congelado nas refinarias, a 2,3016 reais por litro, graças a um subsídio do governo.