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Ghosn grava vídeo em que se diz inocente e alvo de conspiração

Filmagem foi feita antes de sua prisão mais recente no dia 4 de abril; empresário afirma que houve complô contra ele dentro da Nissan

Por André Romani 9 abr 2019, 15h54

A conta no Twitter do empresário Carlos Ghosn, ex presidente da Nissan, postou nesta terça-feira, 9, um vídeo gravado pelo executivo antes da sua prisão mais recente no dia 4 de abril, em que ele se diz “inocente” e alvo de “conspiração”.

Com duração de sete minutos, o vídeo começa com Ghosn explicando que a divulgação desse conteúdo visa substituir a entrevista coletiva marcada para a quinta-feira, 11, a qual não ocorrerá devido a sua detenção. Durante todo o tempo, ele fala em inglês.

No vídeo, o executivo reitera a sua inocência. “A primeira mensagem é que sou inocente”, diz. Em outro momento, Ghosn relata ser alvo de uma “conspiração”. Segundo ele, diretores da Nissan teriam armado um complô contra ele por causa da aliança da empresa com a Renault, que começou em 1999. Em 2016, a Mitsubishi passou a integrar também a parceria.

“Não é uma história de ganância, de ditadura de um homem. É uma história de complô, de conspiração, traição”, declarou o empresário em sua mensagem. “Havia medo de que na próxima etapa da aliança a autonomia da Nissan seria ameaçada”, disse, antes de recordar que sempre foi um “ferrenho defensor da autonomia”, completa.

Os nomes dos diretores citados por Ghosn foram cortados da edição, a pedido de seus advogados.

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O principal advogado do executivo, Junichiro Hironaka, anunciou que apresentará na quarta-feira um recurso à Suprema Corte para solicitar a libertação de seu cliente.

O empresário também conta no vídeo que “ama o Japão e a Nissan”, relatando toda a sua trajetória na empresa e no país. Ele ressalta ainda sua importância para o crescimento econômico de ambos.

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Entenda o caso

Ghosn foi detido na capital japonesa, Tóquio, em 19 de novembro do ano passado e ganhou liberdade após pagar uma fiança em 6 de março deste ano. Desde então, o empresário tem seus movimentos e contratos restringidos, de acordo com as condições determinadas pelo tribunal responsável por seu caso. No entanto, no dia 4 de abril ele voltou a ser detido sob a acusação de má conduta financeira.

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