Governador do Rio diz ser contra privatização da Cedae
Privatização da companhia foi incluída no pacto de recuperação fiscal do estado com o governo federal

O novo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta terça-feira, 8, ser contra a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e que vai trabalhar para que a empresa não seja vendida neste momento.
Segundo ele, a empresa é essencial e fundamental para o estado e para o abastecimento da população. Witzel, contudo, disse que não descarta uma abertura de capital da companhia no futuro. “Sou contra a venda, porque ela pode ser melhorada e é estratégica para o Rio de Janeiro. Pode no futuro ter um IPO (abertura de capital) e até ser preparada para uma privatização, mas não agora”, disse ele na cerimônia de transmissão de cargo da presidência do BNDES.
O atual governador defendeu uma nova repactuação das dívidas dos estados com a União. “Vamos trabalhar no Congresso até para que outros Estados possam ingressar na recuperação fiscal. Há um grande endividamento dos Estados. Não podemos fechar os olhos para isso e é preciso repactuar as dívidas, se encontrar um fórmula mais adequada para ser paga e não seja uma bomba-relógio no colo dos próximos governantes”, acrescentou.
Entenda o caso
A privatização da Cedae foi incluída no pacto de recuperação fiscal do Rio de Janeiro com a União em 2017, depois que o Estado entrou em uma crise financeira profunda. As ações da companhia também foram usadas como garantia, em um empréstimo de 2,9 bilhões de reais concedido pelo banco francês BNP Paribas ao governo do Rio. O dinheiro foi usado para quitar dividas com servidores públicos.
A inclusão no pacto de recuperação fiscal gerou diversos protestos de servidores da companhia. Em setembro do ano passado, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou uma emenda que suspendeu a privatização do Cedae. O governador na época, Luiz Fernando Pezão, vetou a suspensão. Em dezembro, no entanto, sua medida foi derrubada pelos deputados estaduais.
(Com Reuters)