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Governo autoriza criação de grupo para discutir Selic e fiscalizar bets

Colegiado será formado dentro do Conselhão e tratará das duas preocupações do presidente

Por Luana Zanobia Atualizado em 16 out 2024, 17h15 - Publicado em 16 out 2024, 17h05
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira, 16, com os principais banqueiros do país para discutir as causas da Selic elevada e traçar um plano para sua redução. O patamar elevado dos juros é um dos principais pontos de tensão entre Lula e o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto.

    A reunião, solicitada pelos próprios bancos e marcada com dois meses de antecedência, buscou abrir um canal de diálogo entre o governo e o setor financeiro para enfrentar esse impasse que afeta os rumos da economia brasileira.

    O encontro resultou na criação de um grupo de trabalho para discutir, no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), a redução da taxa de juros e também a regulamentação das apostas esportivas (“bets”). O crescimento exponencial das apostas esportivas no Brasil tem levantado preocupações no governo e no setor financeiro, especialmente sobre o risco de inadimplência entre os apostadores.

    Durante a reunião, Lula reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. A manutenção desse equilíbrio é crucial, uma vez que o desejo de reduzir a Selic em um cenário de mercado de trabalho aquecido e inflação próxima à meta levanta preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas. A redução da taxa de juros, ainda que desejada, precisa ser conduzida de forma cuidadosa para evitar instabilidades.

    Participaram do encontro os CEOs dos quatro maiores bancos privados do Brasil – Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual – além do presidente da Febraban, Isaac Sidney. Os banqueiros enfatizaram a necessidade de que esse processo ocorra sem criar “ruídos”, ou seja, sem medidas ou declarações que possam desestabilizar o mercado. Isaac Sidney, presidente da Febraban, destacou que a redução dos juros também é de interesse dos bancos, uma vez que taxas elevadas aumentam os riscos de crédito e comprometem o crescimento do setor.

    O grupo de trabalho, coordenado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, terá até fevereiro de 2025 para apresentar suas conclusões, embora haja a expectativa de que resultados preliminares sejam divulgados ainda em 2024. O objetivo do grupo é chegar a um consenso sobre os fatores que mantêm os juros em patamares elevados, fiscalizar as bets e propor soluções que beneficiem tanto a economia quanto o sistema financeiro, trazendo previsibilidade e confiança ao mercado.

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