O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de 61 bilhões de reais em maio, segundo dados do Tesouro Nacioal, divulgados nesta quarta-feira, 26. É o pior resultado em quatro anos. No mesmo período de 2023, o déficit foi de 45 bilhões de reais.
Em maio, a receita líquida aumentou 13,5 bilhões de reais (9%), enquanto as despesas totais subiram 27,7 bilhões de reais (14%) em comparação a maio de 2023. Do lado das receitas, o resultado foi puxado pela arrecadação de Imposto de Renda e PIS/Cofins enquanto benefícios previdenciários pesaram nas despesas.
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, analisa que o crescimento da receita em maio foi bem expressivo e que o déficit em maio está relacionado a antecipação de despesas. “Tivemos despesas antecipadas e crédito extra para o Rio Grande do Sul”, afirmou.
O secretário destacou ainda o aumento dos gastos previdenciários, com a antecipação do calendário de pagamentos do 13º salário de aposentados e pensionistas. Segundo o secretário, essa alta “merece atenção por causa de limites de despesas e arcabouço (fiscal).”
O déficit primário de maio marca o segundo pior desempenho para este mês desde que o Tesouro Nacional começou a registrar os dados, em 1997, perdendo apenas para o resultado de maio de 2020, quando ficou negativo em 165,1 bilhões de reais em meio à pandemia de covid-19.
O resultado vai na contramão da meta para o resultado primário deste ano que foi mantida pela equipe econômica em déficit zero. Nos últimos 12 meses, o acumulado do déficit é de 268,4 bilhões de reais.