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Governo deve cumprir meta fiscal em 2025, mas continuar no vermelho, diz BTG

Arrecadação mais forte levou analistas do banco a melhoraram expectativa para o rombo das contas públicas neste ano

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 fev 2025, 18h34 - Publicado em 19 fev 2025, 18h29

A arrecadação com impostos deve continuar surpreendendo em 2025, depois de um ano recorde em 2024, e é esse prognóstico que fez a equipe de análise econômica do BTG Pactual, chefiada pelo ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, melhorar as suas projeções para os resultados das contas federais neste ano. Pelas novas contas do banco, o governo Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem conseguir cumprir em 2025, mais uma vez, a meta fiscal estipulada, que é de um déficit primário de zero, mas com tolerância entre 0,25% do PIB para mais ou para menos.

Isso, entretanto, deve também ser feito, de novo, com as contas fechando no vermelho, no limite de tolerância permitido e sem considerar despesas relevantes que não são consideradas para o cálculo oficial – exatamente como aconteceu em 2024, o primeiro ano completo de vigência do arcabouço fiscal proposto pelo próprio governo. A consequência desse resultado um pouco capenga é que a dívida pública, indicador final que realmente importa e que está fora do controle há anos, continuará crescendo.

No novo relatório, o BTG revisou sua estimativa para o déficit primário de 90 bilhões de reais, equivalente a -0,7% do PIB, para 75 bilhões de reais, ou -0,6% do PIB. Ao se retirar os pagamentos de precatórios que foram negociados para este ano, e que não são contabilizados para o cumprimento oficial da meta fiscal, o défcit cai para 31 bilhões de reais, ou -0,25%, exatamente no limite inferior permitido.

O resultado primário é a diferença entre tudo o que o governo gasta e o que arrecada. Os déficits acontecem sempre que as despesas ultrapassam as receitas. A cada vez que isso acontece, o governo precisa pegar mais dinheiro emprestado no mercado para pagar o que faltou, e a dívida pública cresce – para a dívida, porém, pouco importa de onde vieram as despesas e se elas foram oficialmente contabilizadas ou não nas metas. Ela crescerá de toda maneira. A dívida pública brasileira encerrou 2024 em um valor equivalente a 76% do PIB, e, de acordo com o BTG, subirá a 80,3% até o fim de 2025 e 83% em 2026, último ano de Lula no Planalto. No início de seu mandato, em 2023, essa relação dívida/PIB estava em 71%.

“Mesmo com o cumprimento da meta, a dívida pública continuará crescendo, e seu controle segue extremamente desafiador”, escreveu o BTG em seu relatório. “Em um ambiente de juro real próximo de 10% e crescimento do PIB de 1,5%, o superávit primário necessário para estabilizar a dívida bruta do governo é superior a 6% do PIB, muito acima das metas estabelecidas.”

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