Governo estuda mudar regras e aumentar rentabilidade do FGTS
Segundo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, mudanças seriam a médio prazo; liberação de PIS/Pasep deve ser feita em quatro meses
Os estudos do Ministério da Economia para mudar regras do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) incluem mexer nas alíquotas cobradas de trabalhadores e empregadores, criar a possibilidade de sacar os recursos e ainda elevar a rentabilidade, afirmou nesta quinta-feira, 9, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues.
“Para o FGTS, está sendo pensado passar por uma reforma, incluindo mudar a rentabilidade, que hoje é negativa”, afirmou Rodrigues, nesta quinta-feira, 9, no Rio.
Hoje, a rentabilidade do dinheiro no FGTS é de 3% ao ano mais taxa referencial, que está zerada. A TR é usada também para a rentabilidade de poupança. Segundo o secretário, será uma medida de médio prazo, mas ainda sem data para ser anunciada. Ele não detalhou, no entanto, o que está sendo estudado para a arrecadação e liberação do saque do fundo.
A liberação de cotas do PIS/Pasep, no entanto, deve estar pronta em quatro meses, de acordo com o secretário. Segundo ele, podem ser liberados entre 21 bilhões de reais e 22 bilhões de reais dos fundos. Tem direito ao PIS/Pasep quem trabalhou com carteira assinada entre 1971 e 1988.
Segundo o secretário, as mudanças no FGTS exigem mais tempo de planejamento porque o estoque do fundo é de cerca de 500 bilhões de reais, com impactos maiores na economia.
Temer liberou recursos
A medida de liberar o PIS/Pasep é semelhante à do ex-presidente Michel Temer, que liberou o saque das contas para quem tinha menos de 60 anos. Os recursos ficaram disponíveis entre junho e setembro do ano passado. Depois deste prazo, voltou a valer a regra de idade mínima de 60 anos para os fundos. Também é possível sacar o PIS/Pasep ao se aposentar. A medida colocou em circulação 40 bilhões de reais.
Também no governo Temer, houve a liberação se saques do FGTS de contas inativas. Durante 2017, foram liberados 44 bilhões de reais a trabalhadores com contas que não tinham mais depósitos devido a rescisões de contratos de trabalho, seja por pedido de demissão ou mesmo por justa causa. Pelas regras do fundo, só é possível sacar o dinheiro no caso de demissão sem justa causa, compra de imóveis, doenças graves ou aposentadoria.
(Com Estadão Conteúdo)