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Governo vai anunciar programa econômico no 2º semestre, diz Guedes

Segundo o ministro, medidas serão implementadas após a tramitação da reforma da Previdência e vão precisar de colaboração do Congresso

Por da Redação
4 jul 2019, 22h01

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira 4, que o governo pretende lançar um programa econômico no segundo semestre, para ser tocado após a aprovação da reforma da Previdência. Segundo ele, será um trabalho de colaboração com o Congresso. A declaração é dada num momento em que o Legislativo tenta assumir o protagonismo da pauta econômica, como adiantou VEJA.

Em evento na cidade de São Paulo, Guedes, lamentou os ataques recebidos pelo governo e, em um sinal para a oposição, disse: “Merecemos algum apoio e compreensão. A bola é sua? Só você pode jogar?”, afirmou o ministro, em referência aos governos de esquerda.

A economia brasileira apresentou queda de 0,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o quarto trimestre de 2018. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 vem sendo cortada semana após semana pelo mercado. De acordo com o Boletim Focus mais recente, divulgado semanalmente, a previsão é que o crescimento da economia seja de 0,87% neste ano. Em janeiro deste ano, o mercado financeiro chegou a estimar o PIB em 2,57%.

Guedes também disse que a reforma tributária e o pacto federativo serão os dois grandes eixos do governo no segundo semestre. Segundo o ministro, a ideia é promover uma simplificação e uma redução dos tributos na reforma que começará a tramitar na Câmara. O ministro acrescentou que considera positivo que os deputados estejam dispostos a debater uma proposta tributária própria, com origem no Legislativo, e disse que os projetos irão convergir à frente. Ele faz referência a um texto apresentado pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP),que já tramita na Casa. A proposta pretende unificar cinco tributos (IPI, PIS e Cofins, ICMS e ISS) em um imposto batizado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), de competência federal, estadual e municipal.

Já sobre o pacto federativo, medida para descentralizar o poder para os estados e municípios decidirem seus próprios gastos, Guedes disse que começará a ser negociado com o Senado. O objetivo, de acordo com o ministro, é fortalecer Estados e municípios, reforçando a União como um todo. “Se fizermos o pacto federativo, nenhuma crise dura mais do que um ano e meio”, disse Guedes.

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Aprovação da reforma na Câmara

Sobre a reforma da Previdência, o ministro disse esperar a aprovação da reforma da Previdência nos dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados ainda antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. Ele disse ainda estar confiante no trabalho do Congresso, não só para a reforma da Previdência, mas para todas as reformas.

Quando soube da aprovação por parte da comissão especial da reforma, na tarde desta quinta-feira, Guedes disse que se tratava da “comprovação da tese de que a maioria (dos parlamentares) quer botar (o País) para funcionar”. “Tem uma ou outra criatura do pântano, que vive no paleolítico, mas muita gente quer acertar”, afirmou ele.

Além disso, o ministro disse que com a aprovação da reforma, a taxa básica de juros, Selic, deve cair. Atualmente, ela é de 6,5%, a mais baixa da história. “A economia brasileira é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes, sangrou, sangrou e parou. Mas ela é resiliente e forte, se você começar a tirar os arpões, ela começa a mexer de novo, e é o que vamos fazer”, disse Guedes. “Se você tira o arpão dos juros, os juros devem descer”, acrescentou Guedes.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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