Após as recentes revelações de casos de corrupção envolvendo o agronegócio brasileiro, o Greenpeace anunciou nesta terça-feira que irá se retirar do Compromisso Público da Pecuária na Amazônia – assumido pela ONG e pelos três maiores frigoríficos do país: JBS, Marfrig e Minerva.
Para a entidade, tais episódios “agravam o caos político que assola o país, fragilizam a democracia e inviabilizam, neste momento, a participação desta organização nos termos do compromisso”.
No acordo, assinado em 2009, os frigoríficos se comprometeram a não negociar carne e couro com fazendas envolvidas em desmatamento, uso de trabalho escravo ou invasão de terras indígenas e áreas protegidas. Além disso, as companhias também tinham a meta de auditar e publicar anualmente os resultados acerca do assunto.
Para o Greenpeace, diante das circunstâncias atuais, é insuficiente fortalecer ferramentas como as acordadas sem que haja, ao mesmo tempo, uma descontaminação da corrupção. “É preciso criar as condições políticas para que ferramentas de controle social voltem a ter credibilidade”, afirmou em nota a entidade.
Procurada, a JBS afirmou, em nota, que mantém o comprometimento com o Compromisso Público. “A companhia continuará a verificar a conformidade socioambiental das propriedades de todos os seus fornecedores de gado, assim como tem o maior interesse em evoluir ainda mais em seus controles e monitoramento”.
A Marfrig também reafirmou o dever com boas práticas e disse que está em contato com o Greenpeace para se manter no Compromisso. “A Marfrig Global Foods, uma das maiores companhias globais de proteína animal, está em contato com o Greenpeace com o objetivo de se manter no Compromisso Público da Pecuária na Amazônia, pois entende que a participação da organização é um estímulo a toda a cadeia”, afirmou.
Já a Minerva ainda não se posicionou sobre o caso.