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Greve: Grupo está acampado há 19 dias na Petrobras para pressionar estatal

Quatro sindicalistas ocupam sala de reunião e pedem abertura de negociações com a cúpula da empresa; protesto está marcado para esta terça no Rio

Por Alessandra Kianek Atualizado em 18 fev 2020, 17h11 - Publicado em 18 fev 2020, 16h58
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  • Quatro sindicalistas estão há 19 dias acampados em uma sala de reunião do 4º andar do edifício sede da Petrobras, na região central do Rio de Janeiro. Até sexta-feira, 14, eles eram em cinco, mas um deles teve uma crise de hipertensão e foi obrigado a deixar o prédio. “Estamos sentados em volta de uma mesa à espera de uma negociação com a empresa. Mas, nesses dezenove dias, nenhuma reunião foi feita”, afirma Deyvid Bacelar, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

    Além de Bacelar, fazem parte do movimento Cibele Vieira e Tadeu Porto, diretores da federação, e Ademir Jacinto, diretor do Sindiquímica-PR. Nesse tempo todo, o grupo está isolado, sem contato com a família, apenas algumas conversas pelo telefone. “É complicado ficar longe dos filhos, dos pais. Mas acreditamos que a causa é nobre. A Petrobras tem muito a contribuir para o país”, diz Bacelar. Nos primeiros dias, ficaram sem energia e água. “Não tínhamos condição básica de higiene. A situação foi revertida após determinação da Justiça do trabalho do Rio de Janeiro”, explica o diretor.

    Grupos de pequenos agricultores levam três vezes por dia refeições para os sindicalistas. “Quatro seguranças da Petrobras ficam o tempo todo na porta da sala. E dois deles nos acompanham sempre que descemos para pegar a refeição na entrada do prédio.” O grupo não tem planos de sair de lá. “Vamos ficar até o fim da greve. Só vamos sair quando pararem as demissões em massa e quando a empresa parar de descumprir o acordo coletivo.”

    Na tarde desta terça-feira, 18, no 18º dia de greve nacional dos petroleiros, está marcado um protesto em frente à sede da Petrobras no Rio. Segundo a FUP, a mobilização contará com o apoio de outras categorias de trabalhadores, além de integrantes de movimentos populares. 

    A categoria protesta contra demissões provocadas pelo fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná, contra a privatização de ativos da Petrobras e contra a política de preços dos combustíveis da estatal. Os trabalhadores também afirmam que a companhia descumpre acordo coletivo de trabalho. De acordo com a estatal, todos os compromissos assumidos na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2019-2020 vêm sendo cumpridos por parte da empresa.

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