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Guerra comercial impulsiona Brasil como parceiro estratégico da China

Tendência é de alta nas exportações brasileiras para a China com o tarifaço de Donald Trump

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2025, 17h53 - Publicado em 29 abr 2025, 15h13

Na próxima semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) vai divulgar os dados consolidados da balança comercial de abril. A expectativa é de que se confirme a tendência de alta nas exportações brasileiras para a China.

Para o professor Diogo Carneiro, da FIPECAFI, o cenário de incertezas no comércio internacional tem impulsionado o Brasil como alternativa estratégica para o país asiático. “O Brasil se encontra muito bem posicionado como parceiro comercial da China: possui boas relações, dispõe da capacidade instalada e tem potencial para atender satisfatoriamente a demanda crescente vinda da China”, afirma.

Segundo ele, o tarifaço acelera esse processo. “É muito provável que a nova reacomodação das cadeias de produção implique desdobramentos de longo prazo, sedimentando o papel do Brasil como importante fornecedor de commodities para o mercado chinês”, diz.

Carneiro avalia que o setor agroexportador será um dos grandes beneficiados. “O Brasil deve consolidar a posição de liderança como fornecedor de alimentos ao mercado chinês, sobretudo no que diz respeito à soja. Além da oleaginosa, é possível que essa maré favorável atinja também outras culturas e o fornecimento de proteína animal.”

Em março, as exportações do Brasil para a China alcançaram 9,2 bilhões de dólares — alta de 11,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo o governo, os principais produtos vendidos ao país asiático são soja, milho, açúcar, carne bovina, carne de frango, celulose, algodão e carne suína in natura.

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Apesar da recuperação recente, o primeiro trimestre foi marcado por oscilações. De janeiro a março, os embarques foram impactados pela queda nas cotações das principais commodities exportadas pelo Brasil. Segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), com base em dados do MDIC, os preços mais baixos afetaram o valor total exportado, mesmo com volumes recordes.

A soja, por exemplo, atingiu 16,9 milhões de toneladas enviadas à China no trimestre — um recorde em volume. No entanto, com a queda nas cotações internacionais, o valor caiu 4,4% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 6,7 bilhões de dólares. O minério de ferro teve crescimento de 3% em volume, mas recuo de 25% em valor, para 3,9 bilhões de dólares. As vendas de petróleo seguiram a mesma tendência: queda de 26% na quantidade e de 25% no valor, também para  3,9 bilhões de dólares

A carne bovina tem ganhado destaque. O Brasil exportou 1,36 bilhão de dólares do produto para a China no primeiro trimestre, segundo o MDIC. Um fator decisivo para esse avanço foi a habilitação, em março de 2024, de 38 novas plantas frigoríficas brasileiras para exportação ao mercado chinês — 34 frigoríficos e 4 entrepostos comerciais. Foi o maior número de autorizações concedidas de uma só vez, elevando o total de empresas brasileiras habilitadas de 106 para 144.

Hoje, o Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para a China e conta com 65 plantas aptas a operar. No total, o país exportou mais de 12 bilhões de dólares em carnes no período, equivalentes a 2,89 milhões de toneladas — consolidando sua posição de liderança global.

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