Haddad afirma que governo não será “intimidado” e promoverá “justiça social”
Ministro cita a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais por mês como exemplo de "justiça social"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até 5 000 reais por mês e afirmou que esse tipo de “justiça social” continuará a ser feito pelo governo Lula, apesar das críticas. Haddad demonstrou confiança na tramitação do projeto de lei (PL) que amplia a isenção. “Vai chegar o momento do debate, mas temos que continuar fazendo justiça social e não vamos nos intimidar”, disse o ministro durante o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar, realizado no Palácio do Planalto.
A declaração do titular da Fazenda vem na esteira da derrubada, pelo Congresso, dos decretos que aumentariam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), do risco de judicialização desse tema e das críticas feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, durante o ato realizado na avenida Paulista ontem, 29.
O ministro reforçou que, com o PL da isenção, 25 milhões de trabalhadores pagarão menos IR (20 milhões ficarão isentos e 5 milhões pagarão menos). Para bancar essa isenção, os 140 000 contribuintes do topo da pirâmide social passariam a pagar uma alíquota mínima de 10% de IR. A expectativa é que o PL seja aprovado pelo Congresso ainda este ano.
Para ele, o que o governo está tentando fazer é retirar os jabutis (mecanismos e benefícios incluídos em leis durante a tramitação no Congresso) que desvirtuam o processo legislativo. Para ele, essas correções não são aumento de imposto. “Estão falando de aumento de imposto por quê? Por que estamos fechando brechas? Nós vamos continuar fechando todas as brechas, os jabutis, que no Brasil são órfãos de pai e mãe.”
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