Haddad atribui má avaliação da economia à desinformação nas redes sociais
Ministro cita dados de emprego, inflação e surpresas em indicadores como o varejo e afirma que há 'desafio comunicacional' a ser vencido
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu o descolamento entre a percepção da população e os indicadores econômicos positivos para explicar o mau humor com a economia. Segundo ele, há um desafio de comunicação a ser vencido, pois existe um “abismo” em relação ao que está ocorrendo e o que é publicado em redes sociais.
Nesta semana, a pesquisa Quaest mostrou uma piora na avaliação da economia, apesar dos dados positivos de emprego e inflação controlada.
O ministro ponderou que, nos primeiros mandatos de Lula, com números piores, a percepção da população era mais positiva. Porém, a estratégia da oposição nas redes sociais tem criado essa percepção.
“Nós temos uma oposição hoje que realmente atua para minar a credibilidade das instituições, dos dados oficiais do Estado brasileiro, e eles atuam diuturnamente nas redes sociais. É uma prática protofascista mesmo, não tem outra palavra”, disse durante sabatina em congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “As últimas investigações dão conta da quadrilha que estava no poder”, referindo-se à operação da Polícia Federal, que prendeu cinco pessoas na quinta-feira, suspeitas de participar de um esquema de monitoramento ilegal de autoridades públicas e produção de notícias falsas contra adversários de Jair Bolsonaro, utilizando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Haddad citou que, nesta semana, houve surpresas positivas com os dados de venda do varejo e volume de serviços prestados, enquanto a inflação surpreendeu para baixo. “Podemos ter um mandato em que há crescimento com inflação em queda, estamos mudando de rota”, disse.
Fiscal
O ministro acrescentou que o país passou por momentos de instabilidade fiscal nos últimos anos e que era preciso organizar essa questão. Nesse sentido, Haddad reforçou que o plano de trabalho traçado pelo governo federal desde a eleição está sendo seguido conforme planejado, mas é preciso ter “paciência” para colocar ordem na “confusão social”.
O ministro citou oponentes políticos ao afirmar que, do ponto de vista fiscal, o Brasil viveu duas pandemias: “a pandemia propriamente dita e a eleição de 2022, que teve calote, passaram a mão no dinheiro dos governadores, abriram cofres do Tesouro para distribuir benefício em época eleitoral, uma confusão fiscal”.
Segundo o ministro, o Brasil tem agora uma grande oportunidade ao aliar desenvolvimento econômico e social com a questão ambiental, e que é preciso avançar nesse sentido. Para Haddad, as questões ligadas ao meio ambiente precisam estar mais avançadas do que estão.