A montadora japonesa Honda anunciou o fechamento com previsão para 2021 de sua fábrica em Swindon, no Reino Unido. O local emprega atualmente 3.500 pessoas. Segundo a montadora, a decisão está baseada em mudanças no mercado global de automóveis e não tem relação com o Brexit. Após o anúncio, o ministro britânico paras as Empresas, Greg Clark, considerou a decisão “devastadora”.
O fechamento da fábrica em Swindon, uma cidade de cerca de 200.000 habitantes no sudoeste da Inglaterra, foi noticiada pelo parlamentar local Justin Tomlinson e posteriormente confirmada pela empresa. A cidade votou majoritariamente pela saída do Reino Unido da União Europeia.
Apesar da decisão pelo fechamento da fábrica em Swindon, a Honda destacou que sua sede europeia permanecerá no Reino Unido.
Brexit
A saída do Reino Unido da União Europeia está prevista para o fim do próximo mês. Com isso, empresas avançam em seus planos de contingência. O setor automotivo é particularmente sensível ao processo, já que executivos temem que seus veículos paguem tarifas após o Reino Unido deixar a UE. Outro temor é que verificações sejam impostas na fronteira, o que retardaria o fluxo de carros entre as fábricas e o continente.
O sindicato Unite, que representa os trabalhadores do setor automotivo no país, culpou a estratégia “caótica do Brexit” do governo pelos problemas.
Neste mês, a Nissan Motor informou que abandonou planos de produzir um veículo X-Trail no Reino Unido, citando as incertezas com o Brexit. Em janeiro, a Jaguar Land Rover, subsidiária da indiana Tata Motors, informou que cortaria 4.500 integrantes de sua força de trabalho de 43.000, e que grande parte dessa redução ocorreria no Reino Unido.
O investimento na produção de carros no Reino Unido recuou desde que o país votou para deixar a UE, em 2016. No mês passado, a Sociedade de Fabricantes e Vendedores de Automóveis informou que o investimento no setor em 2018 ficou em 569 milhões de libras, bem abaixo da média de 2,5 bilhões de libras em anos recentes. O número de carros produzidos no Reino Unido recuou 9% em 2018 em relação ao ano anterior.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)