IBGE: Vendas no varejo têm maior queda para outubro desde 2008
Índice recuou 0,9% frente ao mês anterior, mas as vendas cresceram na comparação com 2016, e o saldo em 12 meses é positivo pela primeira vez desde 2015
As vendas no varejo recuaram 0,9% em outubro na comparação com setembro, segundo divulgou o IBGE nesta quarta-feira. É a maior baixa para o mês desde 2008 neste tipo de comparação.
Apesar da queda sobre o mês anterior, o resultado em outubro foi 2,5% maior do que o mesmo período do ano passado, e o comércio acumula alta de 1,4% no ano. Também, em 12 meses, houve avanço de 0,3%, a primeira alta nesse tipo de comparação desde abril de 2015.
A gerente da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, Isabella Nunes, diz que a comparação em 12 meses mostra uma tendência de recuperação das vendas em 2017. Uma hipótese para a queda em outubro na comparação com setembro é que, como os fundamentos da economia como emprego e inflação estão melhores neste ano que em 2016, pode ter havido postergação de compra de itens para novembro, mês da Black Friday, pela expectativa de grandes descontos. “As famílias tem poder de compra maior neste nao, elas podem planejar melhor as compras”, explicou Isabella à VEJA.
Em relação a setembro, houve queda em cinco das oito atividades pesquisadas pela instituição. As principais baixas aconteceram em artigos de uso pessoal e doméstico (-3,5%), tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e móveis e eletrodomésticos (-2,3%). “Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação 0,3%, recua após sequência de seis taxas positivas, período que acumulou ganho de 5,3%”, diz o IBGE em nota.
Na outra ponta, cresceram as vendas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,4%) e combustíveis e lubrificantes, além de livros, jornais, revistas e papelaria, ambos com variação de 2,4%.
No varejo ampliado — classificação que inclui material de construção e automóveis, houve queda de 1,4% sobre setembro. O recuo é resultado da baixa em veículos, motos, partes e peças (-1,9%) e material de construção (-1,0%), segundo o IBGE.