O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acumula uma alta de quase 2% no início de janeiro. Por volta das 15h desta sexta-feira 24, o indicador alcançava os 122 507 pontos. Depois do tombo de 10% no ano passado, quando o aumento da taxa básica de juros (Selic) a partir de setembro, a deterioração das contas públicas e a expectativa de cortes menos intensos nos juros americanos afugentaram os investidores da renda variável, o desempenho positivo desde começo de ano pode servir de alento, mas ainda é cedo para festejar.

Segundo os analistas gráficos de algumas das principais instituições financeiras do país, o Ibovespa só vai embalar uma alta consistente, se conseguir superar os 123 533 pontos. Para tanto, será necessário acumular uma alta de meros 0,86% sobre o fechamento de ontem 23. Se isso ocorrer, será o sinal de que os investidores estão voltando às compras consistentemente, o que poderia fazer a Bolsa embalar para voos maiores e alcançar os 125 667 pontos no curto prazo, gerando um ganho de 2,6% sobre o pregão de ontem.

A análise gráfica é uma forma de prever o preço de ações e outros ativos financeiros, baseada nos padrões formados pela curva das cotações em determinado período de tempo. Seu objetivo é antecipar tendências de curto prazo. Dois conceitos fundamentais são os suportes e resistências. Um suporte é uma região do gráfico que, se atingida, pode impedir inverter a trajetória de queda, mas, se esse piso for rompido, tende a acelerar as perdas. Já uma resistência é um teto que, quando alcançado, pode inverter uma tendência de alta. Se ultrapassado, contudo, tende a acelerar os ganhos.

A outra vertente de análise é a fundamentalista, cuja principal tarefa é determinar o preço justo de um papel com base em características da empresa que o emitiu, como os resultados financeiros e a qualificação de seus diretores, do setor em que opera, do cenário econômico e da comparação com outros investimentos, como o retorno oferecido pela renda fixa.

Uma alta de apenas 0,86% para romper os 123 533 pontos pode parecer pouca coisa, mas é preciso lembrar que o Ibovespa opera abaixo desse patamar desde o último dia 17 de dezembro. Além disso, grandes investidores ainda aguardam a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a ser comandada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Marcada para os dias 28 e 29 de janeiro, ela mostrará se Galípolo cumprirá o prometido no último encontro presidido por seu antecessor, Roberto Campos Neto, e elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual para 13,25%, ainda que contrarie seu padrinho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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