Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Indicação do Copom de manutenção dos juros deve acalmar mercado

Economistas veem indicativo de que o Copom deve manter taxa básica de juros (Selic) em 6,5% até o final de 2018, mesmo com eleição incerta e risco cambial

Por Machado da Costa
Atualizado em 19 set 2018, 21h13 - Publicado em 19 set 2018, 19h45

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, Selic, em 6,5% ao ano já era esperada pelo mercado. Porém, o comunicado da autoridade monetária deu a entender também que os juros devem permanecer inalterados até o final do ano. Era a previsibilidade que o mercado financeiro queria.

“O Copom reitera que a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora”, disse o Copom em nota.

Para economistas, essa foi a dica dada pelo Comitê para indicar que a Selic não deve subir nem cair no curto prazo. “O mercado já tinha no radar uma possível alta dos juros após a eleição. A tendência é moderar essa expectativa”, afirma Mauricio Molan, economista-chefe do Santander. “Se houver piora do cenário da inflação ou do balanço de riscos, o Copom deve começar a retirar o estímulo monetário. Mas qualquer movimento deve ser gradual”, complementa.

Em sua visão, a piora do cenário acontece principalmente sob o ponto de vista fiscal. Essa opinião é compartilhada por Roberto Dumas, professor de Economia do Ibmec, que ressalta o momento político vivido pelo país explica parte da decisão do Copom. “O cenário eleitoral está altamente polarizado, com duas candidaturas que não endereçam qualquer reforma fiscal”, diz Dumas. “O balanço de risco está dado, mas não é bom. O mercado não está pedindo que o próximo ocupante do Planalto traga um superávit primário já em 2019, mas que traga um plano confiável. Que de alguma maneira, em 2022, o plano enderece a dívida pública”, explica o professor.

Câmbio

Os componentes externos desse balanço de riscos também preocupam o Comitê. O principal é a guerra comercial estabelecida entre os Estados Unidos e a China, que taxam constantemente a importação de produtos e serviços importantes para suas economias. Essa briga internacional vem afetando o câmbio de economias emergentes, como a do Brasil. Além da incerteza eleitoral e do baixo crescimento econômico, este é um dos fatores que pesaram na decisão do Copom. O dólar fechou a 4,12 reais nesta quarta-feira, 19.

Continua após a publicidade

“Por um lado, o nível de ociosidade elevado pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado [para a inflação]. Por outro lado, uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes. O Comitê julga que esses últimos riscos se elevaram”, afirma em nota.

“O Comitê falou que piorou um pouco o cenário externo. Isso era esperado, por causa do embate mais acirrado entre EUA e China”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings. “O Copom não muda ainda a orientação da política monetária porque daqui a 45 dias teremos um cenário mais definido. Mesmo que os candidatos que estão à frente nas pesquisas não sejam alinhados com o mercado, às vésperas do segundo turno teremos um cenário menos incerto”, afirma.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.