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Inflação com viés altista aumenta a probabilidade de manutenção da Selic

IPCA subiu de 3,69% em abril para 3,93% em maio, pressionado por alimentos e mercado de trabalho aquecido

Por Luana Zanobia Atualizado em 11 jun 2024, 18h25 - Publicado em 11 jun 2024, 11h37

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve resultado acima das expectativas em maio, registrando um avanço de 0,46%, em comparação ao 0,40% previsto. Essa elevação foi impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de alimentos, combustíveis e passagens aéreas. No acumulado de 12 meses, o índice, que havia atingido a mínima do ano em abril, com 3,69%, subiu para 3,93%. E a composição do índice pode dar pistas dos próximos passos do Comitê de Política Monetária. A aposta do mercado é por uma manutenção da taxa em 10,5% ao ano.

Dos nove grupos de pesquisa do IPCA, oito registraram alta. Além de Alimentação e Bebidas e Habitação, os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais e Transportes também contribuíram significativamente para o aumento do índice. Em contrapartida, o grupo de Artigos de Residência foi o único a apresentar deflação, com uma queda de 0,53%.

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“O IPCA de maio teve um índice cheio acima do esperado, com dinâmica mista na sua composição. Por um lado, os núcleos seguem bem-comportados, mas a inflação de serviços e seu núcleo se mantêm pressionados”, avalia Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Investimentos.

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Segundo Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, as enchentes no Rio Grande do Sul contribuíram significativamente para a aceleração da inflação, especialmente nos alimentos. Esse impacto climático elevou o grupo de Alimentação e Bebidas em 0,62%, enquanto o grupo de Habitação, influenciado pela alta no preço da energia elétrica residencial (0,94%) e na taxa de água e esgoto (1,62%), registrou um aumento de 0,67%.

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“O quadro ainda é saudável no curto prazo, com os núcleos mais perto da meta de 3%. A exceção segue sendo serviços rodando perto de 5%, e com poucos motivos para ceder após os últimos dados de emprego e PIB”, diz Saadia. O mercado de trabalho aquecido e baixo desemprego podem pressionar a inflação salarial e, consequentemente, a demanda por bens e serviços.

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O economista do PicPay, Igor Cadilhac, revisou a projeção de inflação para 2024 de 3,7% para 3,8%, devido à pressão maior do que o esperado nos preços de alimentos e os riscos do mercado de trabalho apertado e do aumentos salariais resultantes do baixo desemprego e dos ganhos reais recentes.

O que mais preocupa?

Além do mercado de trabalho aquecido, outros fatores preocupam um repique na inflação: o principal índice de commodities (CRB) voltou a subir, refletindo as tensões comerciais entre China e Estados Unidos, o que pode adicionar pressão inflacionária. Outra preocupação é a medida provisória que limita os créditos do PIS e da Cofins, potencialmente elevando os preços da gasolina, etanol e diesel, com um impacto estimado de até 0,12 ponto percentual no IPCA. Sinalizações fiscais negativas também têm pressionado o dólar, o que pode influenciar as próximas leituras de inflação.

Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado aposta que a taxa Selic será mantida inalterada, encerrando assim o ciclo de cortes. “A inflação corrente não enseja maiores preocupações, mas os riscos citados pelo Banco Central na sua última decisão seguem elevados, como a desancoragem das expectativas de inflação, a incerteza fiscal e o cenário global complexo”, avalia Costa. Segundo ele, a manutenção da taxa Selic deverá contribuir para a reancoragem das expectativas de inflação e manter a política monetária em patamar restritivo durante o período de incertezas.

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