Inflação desacelera, mas Vale e tensões externas pressionam o mercado
O Ibovespa operava em alta, mas subia com dificuldade. Parte da hesitação vem de fora com as declarações de Donald Trump sendo refutadas por Pequim

O mercado brasileiro opera com um misto de alívio e apreensão. Dados domésticos oferecem uma trégua aos investidores: o IPCA-15, prévia da inflação oficial, desacelerou de 0,64% em março para 0,43% em abril. Apesar de ligeiramente acima das expectativas, esse é o segundo mês consecutivo de desaceleração.
Esse alívio, no entanto, vem com uma dose de moderação. O Ibovespa operava em alta, mas subia com dificuldade no meio do dia. Parte da hesitação vem de fora: do outro lado do mundo, a China — cada vez mais centro das atenções globais — negou que esteja negociando sobre o pacote tarifário com os Estados Unidos. A declaração, feita pelo Ministério das Relações Exteriores em resposta às alegações de Donald Trump, dissipou rapidamente os rumores de uma distensão comercial sino-americana. O dólar, por sua vez, continua seu movimento de queda, e era cotado a R$ 5,68 às 11h40.
Internamente, a temporada de balanços também impõe um freio ao apetite por risco. A Vale, gigante da mineração e um dos pilares do Ibovespa, reportou um lucro líquido de US$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre — uma queda de 17% em relação ao mesmo período de 2024. As ações da mineradora cedem e pressionam o índice nesta sexta-feira.