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Inflação nos EUA deve acelerar, mas sem efeito sobre política monetária, diz BofA

Índice de preços ao consumidor divulgado ontem certa força para a inflação americana, mas cortes de juro pelo Fed estão mantidos

Por Juliana Machado 11 out 2024, 16h39

Após os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgados ontem nos Estados Unidos, é possível esperar que o núcleo do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) acelere marginalmente na próxima divulgação na base mensal de comparação. Isso, no entanto, não deve mudar em nada o ritmo de afrouxamento monetário em curso pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, afirma o Bank of America (BofA).

“Com os dados do CPI, estamos prevendo agora um núcleo da inflação do PCE de 0,23% a 0,26% na comparação mensal. Embora isso seja mais forte do que os quatro meses anteriores, a taxa de três meses anualizada ainda ficará abaixo de 2,1% ou 2,2%”, diz o BofA, em relatório. “Portanto, não acreditamos que isso irá mover muito o ponteiro do Fed.”

Segundo o banco, considerando somente os dados de inflação na análise, apenas um ritmo bem firme dos indicadores de inflação levaria o Fed a considerar pausar o ciclo de cortes da taxa de juros. “Não acreditamos nisso”, afirma o BofA, no relatório. “Enquanto o núcleo do PCE ficará mais forte do que os meses mais recentes, acreditamos que haverá espaço suficiente para o Fed seguir com um corte de 0,25 ponto percentual em novembro.”

Na leitura do banco, o CPI divulgado ontem foi “modestamente mais forte” do que o esperado, o que mostra certa resiliência no comportamento da inflação americana. O BofA afirma, porém, que “não está preocupado ainda” com um risco de reaceleração do indicador. Os dados que mais chamaram a atenção foram os núcleos dos preços de bens, com alta de 0,17% no mês contra mês. No entanto, o BofA não acredita que haverá uma alta acima de 0,2% nas próximas leituras. “Dito isso, as interrupções na cadeia de abastecimento e o aumento dos preços de importação provavelmente indicam que os preços dos bens não serão mais um impulsionador para a desinflação.”

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