A Avianca Brasil, em recuperação judicial, começou a partir desta quarta-feira, 24, a pagar antecipadamente as taxas de embarque de seus voos nos aeroportos administrados pela Infraero, a pedido da estatal. A medida já tinha sido tomada em outros terminais do país, e visa proteger as concessionárias das dívidas acumuladas pela companhia aérea.
Segundo a Infraero, o pagamento dessas taxas deverá ser feito “no dia anterior ao da decolagem de cada voo” a partir desta quarta, afirmou a empresa, em nota. Caso o procedimento não seja seguido, as aeronaves da Avianca não vão poder decolar. De acordo com a Infraero, os voos desta quarta-feira já foram pagos.
O procedimento tradicional é que as companhias aéreas adquiram créditos pela taxa de embarque, que são quitados no final de cada mês com a concessionária dos terminais. No entanto, como a Avianca Brasil vinha acumulando dívidas com os aeroportos, alguns deles modificaram a forma de pagamento da empresa.
A Infraero é a administradora de 55 terminais por todo o país, incluindo o de Congonhas, em São Paulo, e o de Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Além dos aeroportos da estatal, terminais como Salvador, Porto Alegre, Guarulhos e Galeão já haviam adotado a medida.
Recuperação judicial
Além de problemas com taxas de embarque, as dívidas da Avianca também estão causando a devolução de aeronaves para empresas arrendadoras -que compram os aviões para alugá-los às companhias aéreas. Como consequência, a Avianca já cancelou mais de mil voos, sendo 862 só entre esta quarta-feira, 24, e o domingo, 28.
A companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial em 11 de dezembro do ano passado, por causa de uma dívida estimada em 500 milhões de reais. Desde então, a Justiça já determinou a devolução de dezoito aeronaves.
Com isso, o número de reclamações de passageiros contra a Avianca cresceu 51% até o dia 21 deste mês, em relação ao mesmo período de março, segundo o levantamento feito pelo site Reclame Aqui.
De janeiro a março de 2018, foram registradas 2.008 reclamações, sendo 368 sobre cancelamento de voos. Já neste ano, foram computadas 2.056 queixas, dessas, 805 sobre cancelamentos – um aumento de 119%.