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Intervenções do BC no câmbio poderão se repetir, diz Campos Neto

Em dia de recorde do dólar, instituição faz 2 leilões da moeda para controlar a alta; presidente do Banco Central reitera que no país o câmbio é flutuante

Por Da Redação Atualizado em 26 nov 2019, 20h09 - Publicado em 26 nov 2019, 19h42

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta terça-feira, 26, que as intervenções realizadas pela autoridade monetária no mercado cambial durante o dia foram por falta temporária da moeda americana (o chamado gap de liquidez), reiterando mensagem de que o comportamento do dólar frente ao real é flutuante. A instituição realizou dois leilões da moeda americana para controlar a alta no pregão desta terça. A instituição não divulgou o montante oferecido ao mercado.

Campos Neto disse ainda que o BC poderá repetir nesta quarta-feira o que fez ao longo da sessão desta terça se o movimento de alta se repetir. Em evento, ele reiterou que a instituição trabalha com o princípio da separação, com juros sendo utilizados para política monetária, câmbio flutuante e medidas para garantir a solidez do sistema financeiro.

“Hoje tivemos movimento bastante atípico, câmbio descolou com gap de liquidez. Entendemos que câmbio não estava funcional e fizemos duas intervenções exatamente na linha do que tenho dito”, afirmou o presidente do BC.

A moeda americana fechou o pregão com alta de 0,6%, atingindo o patamar de 4,24 reais para a venda, tornando-se, assim, o valor mais elevado desde o início do Plano Real. O recorde anterior era de segunda-feira, quando bateu nos 4,22 reais. A escalada foi influenciada após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer não estar preocupado com a alta e que “é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo”. A fala de Guedes foi recebida com pessimismo pelos investidores.

Na manhã desta terça, o presidente Jair Bolsonaro disse que “há prós e contras” no fato de o dólar ter alcançado novo valor nominal recorde. “Se você for analisar na ponta da linha, tem vantagens, prós e contra no dólar a 4,21 reais como está agora”, afirmou o presidente, na saída do Palácio da Alvorada. “Espero que caia (a cotação da moeda), torço, assim como torço para que caia a taxa Selic, torço para que aumente a nossa credibilidade no mundo”, acrescentou.

(Com Reuters)

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