A J&F, controladora da JBS, contratou o BR Partners Banco de Investimento para mediar conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que busca afastar o empresário Wesley Batista da presidência da companhia, informa a agência Reuters.
A holding J&F Investimentos incumbiu o BR Partners de negociar a suspensão da assembleia extraordinária de 1º de setembro, na qual investidores da JBS decidirão sobre a saída de Wesley Batista do cargo de presidente. O acordo seria para adiar a reunião por 90 dias.
Um acordo de leniência firmado em maio que expôs a propensão da família Batista a subornar políticos levou o braço de investimentos do BNDES, o BNDESPar, a buscar a saída do executivo da JBS.
O banco público atribui a queda das ações da JBS neste ano à conduta da família Batista. Até a véspera, as ações da JBS acumulam perda de 20% no ano, apesar do ganho acumulado no mês de agosto de 18%.
O movimento ocorre depois de o BNDESPar pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que impeça os Batista de votar na assembleia – a família detém uma fatia de 42% na JBS.
Quase uma dúzia de executivos de bancos, acionistas e membros da empresa que pediram condição de anonimato disseram à agência Reuters estarem céticos em relação ao argumento da família Batista de que é capaz de concluir duas vendas de ativos e abrir o capital de sua subsidiária nos Estados Unidos no ano que vem.
O BR Partners se recusou a comentar, enquanto um porta-voz da J&F não estava imediatamente disponível para comentário. O BNDESPar não quis se manifestar sobre a assembleia. As fontes pediram para não serem identificadas porque as negociações são confidenciais.
Conselho consultivo
Em nota enviada ao mercado, a JBS informou que a subsidiária nos Estados Unidos criou um conselho consultivo independente para apoiar a sua administração em assuntos relacionados a governança corporativa, assuntos regulatórios e governamentais, gerenciamento de riscos e marketing.
A JBS USA inclui as operações da companhia nos Estados Unidos, Canadá, México, Austrália e Nova Zelândia, representando mais de 75% do faturamento global da JBS.
“A criação do conselho consultivo da JBS USA reforça o compromisso da JBS com o crescimento futuro e evolução global da companhia,” comentou em nota Wesley Batista, CEO Global da JBS.
(Com Reuters)