O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, deferiu o pedido de recuperação judicial protocolado pela Livraria Cultura nesta semana. Com dívidas de 285,4 milhões de reais, a livraria afirma que é mais uma vítima da crise econômica que assola o país desde 2014.
No pedido de recuperação, a empresa cita desde a queda do poder aquisitivo dos consumidores até a redução do hábito de leitura e elevação dos custos de produção.
“Essa paradoxal condição de mercado, em que os custos de produção aumentaram, os preços finais ao consumidor se mantiveram estáveis e a demanda diminuiu, acarretou às companhias excessivo consumo de caixa, o qual passou a ter fluxo negativo nos últimos 4 anos”, afirma a empresa no pedido apresentado pelo escritório Felsberg Advogados.
A compra da Fnac em 2017 também piorou a situação financeira da companhia. “A incorporação da F Brasil e a absorção da Fnac, em 2017, não ajudaram (muito pelo contrário, prejudicaram ainda mais) o quadro de caixa deficitário que vinha se desenvolvendo nos últimos anos.”
Neste ano, a Livraria Cultura fechou todas as lojas da Fnac e informou que manterá em operação poucas, mas ótimas unidades. “Queremos atuar de forma agressiva nos canais digitais e, ao mesmo tempo, iremos manter poucas, mas ótimas lojas físicas pelo país.”
Sobre a recuperação, a companhia diz que espera “normalizar, em curto espaço de tempo, compromissos firmados com nossos fornecedores, preservando a saúde da empresa criada por Eva Herz em 1947, a manutenção de empregos e gerando mais estímulo para crescer”.