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Juros do cheque especial e do cartão de crédito iniciaram o ano em alta

Taxa do cartão de crédito passou de 285,4%, em dezembro, para 286,9% ao ano, em janeiro. Juro do cheque especial avançou de 312,6% para 315,6% ao ano

Por Da redação
Atualizado em 27 fev 2019, 14h28 - Publicado em 27 fev 2019, 12h07
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  • Consumidores que caíram no cheque especial ou no rotativo do cartão estão pagando juros mais caros. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 27, divulgados pelo Banco Central, a taxa do cheque especial subiu 3% em janeiro e chegou a 315,6% ao ano. No caso do cartão, os juros foram 1,5% maiores em relação a dezembro e custam 286,9% ao ano.

    O cheque especial e o rotativo do cartão são os créditos mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos e aumentaram em momento de estabilidade da taxa básica de juros da economia. A Selic está em 6,5%, menor patamar da história, desde março do ano passado. 

    A inadimplência do crédito, que também compõe o valor das taxas cobradas, permaneceu em 4,8% para atrasos maiores que 9 dias.  No caso das pessoas jurídicas, houve aumento de 0,2% para 2,9%.

    A taxa do cartão de crédito é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 263,1% ao ano em janeiro, com redução de 4,9 pontos percentuais em relação a dezembro.

    A taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 5,2 pontos percentuais de dezembro para janeiro ao ficar em 302,9% ao ano.

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    O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

    Em abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não é igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.

    As regras do cheque especial também mudaram no ano passado. Os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.

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    Enquanto o cheque especial e o cartão ficam mais caros, há outras modalidades de empréstimos mais baratas e com quedas nas taxas. É o caso do crédito pessoal, por exemplo, ficou em 116,5% ao ano em janeiro. Apesar de ainda muito caro, teve redução de 3 pontos percentuais na comparação com o mês anterior. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) permaneceu em 24,2% ao ano.

    Estoque de crédito

    O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,9% em janeiro, em comparação a dezembro do ano passado, a 3,232 trilhões de reais, num mês marcado por elevação no custo dos financiamentos e alta da inadimplência.

    “Muito embora não se possa descartar um pequeno arrefecimento do crédito em janeiro, ele tem influência bastante significativa de fatores sazonais”, afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, apontando que os mesmos elementos que contribuem para a alta do crédito em dezembro atuam no sentido contrário em janeiro.

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    Segundo Rocha, as empresas se utilizam de mais crédito no último mês do ano, tanto para pagarem o 13º salário dos funcionários, quanto pela necessidade de maior capital de giro, já que o mês é marcado pelas vendas de Natal.

    “Esse evento sai da economia em janeiro, isso reduz tanto o saldo de crédito quanto as concessões”, disse Rocha.

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