Kassab: Correios precisa cortar gastos para evitar privatização
Empresa teve um rombo de 2 bilhões de reais em 2016, mesma cifra de 2015
O governo não tem recursos e não fará injeção financeira nos Correios, disse nesta terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab. Para ele, a solução para a companhia é cortar ainda mais despesas, além daquelas que já foram reduzidas.
“O governo não tem recursos. Não haverá injeção de recursos do governo nos Correios. Isso é uma definição de governo, que conta com nosso apoio. Ou rapidamente os Correios cortam gastos, além daqueles que foram feitos, devemos continuar cortando mais. Não há saída, senão vamos rumar para a privatização”, disse Kassab, após cerimônia de sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, no Palácio do Planalto.“
Embora se dizendo contra a privatização, integral ou parcial dos Correios, o ministro não descartou a adoção da medida, caso a companhia não consiga equacionar o rombo, que no ano passado ficou em torno de 2 bilhões de reais, mesma cifra de 2015.
“Todo o esforço deve ser feito para evitar a privatização dos Correios ou de partes dele”, afirmou. “Eu reconheço os cortes de despesas que já foram feitos, mas é preciso cortar mais. Caso contrário, a empresa vai rumar para a privatização.”
Kassab reconheceu que os reiterados prejuízos dos Correios são reflexo de má gestão. Ele elogiou a gestão do atual presidente dos Correios, Guilherme Campos, e atribuiu os problemas a erros cometidos pelo governo anterior.
“A empresa vive de tarifas e deveria ter seu ponto de equilíbrio”, afirmou o ministro. Ele disse que, no passado, a empresa foi obrigada a pagar mais dividendos do que poderia ao Tesouro.
“A má gestão também aconteceu, senão não teríamos a empresa na situação que está hoje. É reflexo, sim, de má gestão, corrupção, loteamento, não ter capacidade de encontrar receitas originais, não fazer os cortes necessários para fazer um equilíbrio entre receita e despesa”, acusou Kassab.
Questionado sobre quando essa privatização poderia ocorrer, o ministro disse que a empresa “corre contra o relógio”, pois o governo não tem recursos. “A meta é recuperar a empresa”, ponderou.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)