A Sabesp (SBSP3) reportou lucro líquido consolidado de 2,1 bilhões de reais no segundo trimestre. O resultado representa um salto de 77% sobre o 1,2 bilhão obtidos no mesmo período do ano passado, e foi puxado por uma combinação de corte de despesas com aumento de receitas. A concessionária paulista de saneamento conta com duas linhas principais de faturamento: as receitas com a prestação de serviços de água e esgoto e as receitas de construção.

A primeira somou 5,9 bilhões de reais de abril a junho, com alta de 7,4% na comparação. Já a receita de construção representa uma permissão prevista em contratos de concessionárias públicas de contabilizar, como faturamento, todas as obras de melhorias e manutenção da infraestrutura necessárias à prestação dos serviços. Essa permissão é comum também em outros setores, como o de concessões rodoviárias.

Privatizada pelo governo paulista em julho do ano passado, quando seu capital foi pulverizado na bolsa de valores e a empresa se tornou uma corporation, isto é, uma companhia sem controlador definido, a Sabesp tem se concentrado em um forte programa de investimentos para universalizar os serviços de água e esgoto do Estado de São Paulo até 2029.

Por isso, a receita de construção disparou 142% na comparação com o mesmo período de 2024 e somou 3,1 bilhões de reais. Ao mesmo tempo, a companhia reduziu em 19% os custos e despesas operacionais, que recuaram para 2 bilhões. Entre os gastos com maiores reduções, estão aqueles com despesas gerais (-96%), materiais gerais (-54%), e materiais de tratamento (-31%). A Sabesp também cortou em 10% os gastos com pessoal, devido sobretudo à redução de 11% no quadro de funcionários, que chegou a junho com 9 190 pessoas.

O Ebitda, a referência de geração de caixa mais apreciada pelo mercado financeiro, cresceu 29% e encerrou junho em 3,9 bilhões de reais. Apesar dos investimentos acelerados, a companhia terminou junho com mais caixa do que contava em março: 4,6 bilhões de reais ante 3,6 bilhões.

No segundo trimestre, a Sabesp investiu 3,6 bilhões de reais. Entre os resultados positivos, estão a redução de 23% das ocorrências de vazamento relatadas pela população, a queda de 18% nas queixas de falta de água e o recuo de 42% no tempo médio para recuperar os pavimentos de vias públicas afetadas por obras.

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