Como a guerra alvejou a operação do McDonald’s da Rússia
Rede de fast food tem 850 pontos de vendas no país; Empresa afirma que continuará pagando o salário dos 62.000 funcionários enquanto as lojas estão fechadas
Após 32 anos de operação, o McDonad’s anunciou nesta terça-feira, 8, que está suspendendo suas operações na Rússia. A icônica rede de fast food americana é um dos marcos da dissolução da União Soviética e a loja na Praça Pushkin é um marco da abertura para a economia ocidental e o regime capitalista, além de um grande ponto turístico de Moscou. Com o acirramento do conflito, a rede de restaurantes anunciou o fechamento de todas as suas lojas no país como resposta a invasão do regime de Vladimir Putin à Ucrânia.
“Nossos valores significam que não podemos ignorar o sofrimento humano desnecessário que se desenrola na Ucrânia”, disse a empresa em comunicado. Com mais de 850 lojas espalhadas pelo território russo, o McDonald’s emprega mais de 62.000 funcionários e tem a Rússia como um de seus grandes mercados. Segundo a empresa, os salários continuarão a ser pagos enquanto as lojas estiverem fechadas. “À medida que avançamos, o McDonald’s continuará avaliando a situação e determinando se são necessárias medidas adicionais. Neste momento, é impossível prever quando poderemos reabrir nossos restaurantes na Rússia”. Segundo a empresa, além do conflito, a quebra na cadeia de suprimentos, justamente com restrições de transações, tem impactos operacionais. “Também acompanharemos de perto a situação humanitária”.
Com o anúncio, o McDonald’s se junta a uma série de empresas globais que interromperam suas operações na Rússia. A rede de restaurantes vinha enfrentando muitas pressões de consumidores sobre um posicionamento no conflito na Rússia.
A demora pela decisão se deve, em grande parte, ao tamanho da operação por lá. Fatia significativa da receita anual do McDonald’s (9%, ou 2,1 bilhões de dólares) é proveniente das unidades espalhadas por Rússia e Ucrânia. Além disso, quase todos os restaurantes da empresa nesses países são próprios (84% na Rússia e 100% na Ucrânia), o que acentua os riscos e as perdas, em caso de suspensão das atividades na região, como já pode ser notado em unidades ucranianas. Em outros países, como Brasil e Estados Unidos, uma parcela considerável das lojas tem franqueados como donos.