Meirelles já não descarta proposta mais enxuta para a Previdência
Segundo ministro da Fazenda, que participou de reunião com Michel Temer sobre a reforma, não há decisão concreta sobre estratégia para votação da regra
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira que não há decisão concreta sobre a estratégia de votação da reforma da Previdência e que o governo segue empenhado em conversar com lideranças parlamentares para aprovação das alterações ainda neste ano.
Falando a jornalistas após reunião no Palácio do Planalto, Meirelles não descartou categoricamente uma proposta mais enxuta para mudanças nas regras de acesso às aposentadorias. O encontro, convocado pelo presidente Michel Temer, teve participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do secretário de Previdência, Marcelo Caetano, do relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA) e do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
O ministro destacou que “no momento” o governo mantém a proposta do relatório da reforma aprovado em comissão especial na Câmara dos Deputados. “Temos de encarar a realidade política”, afirmou Meirelles, acrescentando que a “realidade econômica” também tem de ser levada em consideração.
Reações
O governo entrou em campo mais fortemente depois que, na noite de segunda-feira, Temer indicou que praticamente havia desistido da ideia de aprovar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem. A reação dos mercados foi imediata na terça-feira, com o dólar e juros futuros subindo e a bolsa recuando.
O mercado já vinha precificando cada vez mais temores de que o governo não conseguirá tirar a reforma da Previdência do papel, tanto pela aproximação do ano eleitoral de 2018 quanto pelo desgaste político no Congresso Nacional após Temer ter negociado com a base para segurar denúncias contra ele.
O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Darcísio Perondi (PMDB-RS), afirmou a jornalistas que a base aliada apresentará emenda substitutiva para a reforma da Previdência, acrescentando que havia “relativo consenso” sobre a idade mínima e que o tempo de contribuição ainda será discutido na Casa.