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Mercado está menos otimista e projeta recuperação menor do PIB

Economistas consultados pelo BC veem crescimento de 3,08% na economia, sexta semana seguida de baixa; perspectiva é menor do que do FMI, OCDE e governo

Por Larissa Quintino Atualizado em 4 jun 2024, 14h06 - Publicado em 12 abr 2021, 09h59
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  • Pela sexta semana consecutiva, analistas do mercado financeiro projetam um ritmo menor para a recuperação econômica em 2021. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo Banco Central, o PIB deve ficar em 3,08% neste ano. Na semana passada, a projeção era de 3,17%.

    Os reajustes de expectativa aconteceram conforme os casos de Covid-19 foram aumentando no país, a partir do final de fevereiro, e a vacinação segue sem um grande aumento de ritmo.

    No início do ano, a projeção de crescimento chegou a 3,50%, mas, a partir das restrições maiores de governadores e prefeitos para tentar diminuir o contágio do novo coronavírus, a previsão começou a baixar. Apesar de mostrar otimismo menor, há a aposta na recuperação, já que em 2020 a economia brasileira recuou 4,1% após o choque inicial da Covid-19 nas atividades econômicas.

    O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. A previsão do mercado é menos otimista do que a do FMI, que estima crescimento de 3,7% na economia brasileira, conforme relatório divulgado na semana passada. O Banco Central, em seu último relatório, vê crescimento de 3,6%, a OCDE, de 3,7% e o governo federal estima alta de 3,2%. 

    Além do ritmo de imunização, a volta da atividade econômica depende do andamento das reformas, essencial para melhorar o ambiente de negócios e para destravar investimentos, estimulando assim a recuperação. Na semana passada, o governo concedeu 28 ativos de infraestrutura, entre aeroportos, ferrovia e portos para a iniciativa privada, dando um sopro de esperança para a recuperação via investimento privado.

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    Porém, o cenário político segue desafiador. Aprovado com três meses de atraso, em março, o Orçamento do governo para 2021 ainda não foi sancionado. Segundo a equipe econômica ele é inexequível. Há a negociação para a retirada de emendas parlamentares para que se componha gastos obrigatórios. Porém, enquanto isso, algumas medidas de combate aos efeitos econômicos da pandemia como a reedição do Pronampe, BEm e antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS está travada. O auxílio emergencial, liberado como gasto extraordinário, começou a pagar parcelas de 250 reais, em média, na semana passada.

    Inflação acelerada

    Outra variável medida pelo Boletim Focus que ligava o alerta era a inflação. Depois de 12 semanas consecutivas de alta na previsão do IPCA, o mercado financeiro não mexeu na estimativa da inflação nesta semana. De acordo com os economistas consultados pelo BC, o IPCA deve chegar a 4,85% ao fim do ano, acima da inflação acumulada em 2019 e também acima do centro da meta para o indicador no ano, de 3,75%, mas ainda dentro da margem de tolerância, que vai até 5,25%. A alta dos preços também é projetada para 2022, com inflação a 3,53%.

    O BC mexe na taxa de juros como diretriz da política monetária, já que uma das principais funções da entidade é ser a guardiã da moeda. Quando a inflação sobe, a alta dos juros é um caminho natural, já que, com juros mais caros, o consumo é desestimulado. Com menor demanda, os preços tendem a cair.  Porém, o peso nos preços do país hoje se devem muito mais à alta do câmbio e à cotação das commodities no mercado internacional do que ao aquecimento da demanda da população. Além disso, os preços administrados — remédios, contas de consumo, planos de saúde, combustíveis — também pressionam, já que muitos tiveram aumentos adiados no ano passado.

    A inflação serve como um termômetro da economia e diversas variantes a afetam. No ano passado, o índice chegou a ter deflação entre abril e maio, devido à queda do consumo e, posteriormente, voltou a subir com o reaquecimento da economia. Com maior demanda aqui e no mundo por alimentos, além de outras variáveis como o real desvalorizado e commodities caras, os preços começaram a subir e impactaram no indicador, que fechou o ano em 4,52%, acima do centro da meta de 4% definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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