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Mercado financeiro melhora a projeção do PIB e indica queda de 6,5%

Após a reabertura gradual das atividades, estimativas feitas pelo Boletim Focus indicam estabilidade no patamar de recuo

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 mar 2021, 10h05 - Publicado em 6 jul 2020, 09h43
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  • Analistas do mercado financeiro revisaram para cima a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 5, o PIB do Brasil teve apresentar contração de 6,5% em 2020. A previsão é apenas 0,04 ponto porcentual acima das estimativas dos economistas consultados pelo Banco Central na semana passada, mas indica que os sinais, ainda que pequenos, de que o pior já passou, podem fazer com que o tombo estimado para este ano seja menor que o previsto.

    Com a reabertura de comércio e serviços não essenciais em grandes capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, o movimento de quedas vertiginosas da previsão do PIB parou e, há cinco semanas, ocorrem variações mínimas na casa dos 6,5%, indicando estabilização na estimativa. A previsão do mercado financeiro brasileiro é bem menos pessimista do que do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estima tombo de 9,1% no país, e do Banco Mundial, que vê queda de 8%.

    Apesar da revisão para baixo, o relatório apresenta um cenário de grave recessão econômica. A queda é maior que em 2015, quando o PIB contraiu 3,5%. A recessão é significativa e atinge o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus não havia chegado ao país, economistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%.

     

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    Por ser uma crise de quebra de demanda, a pandemia de Covid-19 tem mais consequências em outros indicadores da economia brasileira. A queda na demanda causada por medidas de distanciamento social e também pela deterioração do mercado de trabalho informal e formal faz com que a crise seja deflacionária, ou seja, que os preços caiam devido a menor demanda. Os economistas consultados pelo BC estimam que o IPCA, que mede a inflação oficial do país, termine o ano em 1,61%, mesmo patamar que o visto na semana anterior. O resultado esperado está abaixo da meta traçada, que é de 4%, e também abaixo da margem de tolerância, que varia entre 2,5% e 5,5% para este ano. Em abril e maio, o IPCA indicou deflação e, no ano, a variação dos preços é 0,16% negativa.

    O comportamento de inflação baixa pode levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a fazer novos reajustes na taxa básica de juros, a Selic, como forma de estímulo monetário. O mercado, assim como na semana anterior, projeta a Selic a 2% ao ano no final de 2020, o que indica aposta em um corte adicional de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros este ano. Hoje, a Selic está na mínima histórica de 2,25% ao ano.  Ainda segundo o Focus, o dólar comercial deve encerrar o ano cotado a 5,20 reais no fim do ano, mantendo a previsão da semana anterior.

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