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Mercado Livre lança campanha contra alta no frete dos Correios

Site de compra e venda de mercadorias diz que frete ficará 29% mais caro na média, afetando empreendedores e consumidores

Por Da Redação
Atualizado em 28 fev 2018, 11h48 - Publicado em 27 fev 2018, 18h43

O Mercado Livre lançou hoje uma campanha contra o reajuste de até 51% nos fretes dos Correios – o aumento médio será de 29% – a partir de 6 de março. Segundo a empresa, a mudança prejudicará tanto os consumidores quanto os pequenos e médios empreendedores que vendem pela internet e utilizam os Correios para despachar seus produtos.

“Ao escolher repassar os custos da sua ineficiência operacional, os Correios – líder na entrega de encomendas no e-commerce – figuram como principal responsável por prejudicar significativamente a evolução do segmento. Um retrocesso que impacta diretamente os pequenos e médios empreendedores, importante fonte geradora de empregos no Brasil”, afirma o site. “Só no Mercado Livre, mais de 110 mil famílias têm as vendas no marketplace como sua principal fonte de renda.” Marketplace é o nome utilizado para designar o mercado virtual no qual vendedores e compradores fazem negócios.

O Mercado Livre diz que o aumento prejudicará principalmente os consumidores que moram em regiões mais afastadas das capitais e das cidades que concentram os vendedores, uma vez que os percentuais de reajuste são mais elevados quanto maior a distância para a entrega. O aumento máximo de 51% considera o interior de dois estados.

“O aumento será maior nas rotas mais distantes, por isso entendemos que é um movimento antidemocrático, pois pune mais quem mora mais longe. Para essas pessoas, a compra pela internet não é uma comodidade, mas uma necessidade”, diz Leandro Soares, diretor do Mercado Livre.

Para os moradores da Grande Rio de Janeiro, ainda será cobrada uma tarifa extra de 3 reais por causa, segundo os Correios, do aumento do risco de entrega.

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Segundo Soares, a empresa não tem como absorver integralmente o aumento – isso significa que uma parte do reajuste será repassada ao consumidor. “Vamos continuar a estimular a nossa política de frete grátis. Ou seja, continuaremos a subsidiar os vendedores, pagando mais da metade do valor cobrado pelos Correios para que seja oferecido o frete grátis. E é dessa forma que vamos tentar amenizar o impacto sobre vendedores e compradores. Vamos acabar reduzindo a nossa margem.”

O Mercado Livre fez uma comparação – para o envio de um pacote de meio quilo a uma distância de 500 km, em dólar – entre o novo preço cobrado pelos Correios no Brasil com os valores dos outros quatro países onde tem operações: o frete no Brasil fica 42% mais caro do que na Argentina, 130% mais caro do que no Chile, 160% mais caro do que no México e 282% mais caro do que na Colômbia.

No Facebook, a campanha do Mercado Livre contra o aumento do frete teve mais de 11 mil compartilhamentos e 7.000 reações. Nos comentários, muitos internautas criticam o funcionamento dos Correios, mas também sugerem que o Mercado Livre utilize outro serviço de entrega, como transportadoras ou empresas de ônibus.

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“É inadmissível que um dos maiores marketplaces do Brasil ainda tenha ligação com os Correios. A incompetência desse serviço acaba refletindo no Mercado Livre e afastando muitos compradores. A empresa já tem porte suficiente para dar um passo e tentar contratos maiores com empresas de courier decentes”, diz um dos usuários.

Soares diz que o Mercado Livre já oferece serviços de entrega alternativos ao prestado pelos Correios. Um deles, lançado no fim de 2017, permite que o vendedor guarde antecipadamente seus produtos em um armazém do Mercado Livre, que faz a distribuição – sem passar pelos Correios – quando a venda for realizada.

Os Correios ainda são o principal parceiro de entrega do Mercado Livre, pois são os únicos presentes em todos os municípios do país.

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Versão da instituição

Procurado por VEJA, os Correios disseram, por meio de nota, que o aumento médio de preços será de “apenas 8% para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que representam a grande maioria das postagens realizadas”. A empresa ressalta que o reajuste vale para todas as postagens, não só para o e-commerce. E é parte de uma revisão anual, prevista em contrato, relacionada ao aumento de custos e que busca manter os preços competitivos.

A instituição disse também que a comparação com outros países não é adequada, porque há diferenças entre os territórios, o que influencia na complexidade das entregas. E que a violência nas cidades brasileiras impacta nos custos. “Por esse motivo, foi estabelecida uma cobrança emergencial de 3 reais para os envios destinados à cidade do Rio de Janeiro, cobrança essa que poderá ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de violência seja controlada”, diz o texto.

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